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A secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, pressionou na quinta-feira os líderes iraquianos a acabarem com sua "inação política" e a deixarem suas diferenças de lado para conterem a violência sectária que ameaça esfacelar o país.

Também na quinta-feira, o governo iraniano e os militares dos EUA negaram que o líder da Al-Qaeda no Iraque tenha sido morto na invasão de um esconderijo no oeste do Iraque nesta semana, mas disseram que exames de DNA nos corpos recolhidos no local vão confirmar essa informação.

Condoleezza chegou de surpresa a Bagdá para se reunir com o governo de união nacional que ela ajudou a criar neste ano, mas que ainda não conseguiu controlar a violência, melhorar os serviços públicos nem acabar com a escassez de combustível.

- Nosso papel é apoiar todas as partes e na verdade pressionar todas as partes a trabalharem por uma rápida resolução, porque obviamente a situação de segurança não pode ser tolerada e não é ajudada pela inação política - disse ela a jornalistas que o acompanham na viagem pelo Oriente Médio.

O primeiro-ministro Nuri al-Maliki apresentou na segunda-feira um vago acordo de quatro tópicos com líderes sunitas e xiitas. Uma das metas é criar comissões locais pluripartidárias para tentar contornar a desconfiança entre xiitas e sunitas.

A violência entre as seitas islâmicas mata centenas de pessoas por semana. Em setembro, o necrotério de Bagdá recebeu 1.440 corpos, 85 por cento dos quais com sinais de violência. Em julho, haviam sido 1.814 cadáveres; em agosto, 1.550.

A ONU, que soma aos dados do necrotério o número de mortes em hospitais, disse que 6.599 iraquianos morreram em julho e agosto, 700 a mais do que nos dois meses anteriores.

Sob pressão dos EUA, Maliki prometeu desmantelar as milícias responsáveis por muitas dessas mortes, apesar de algumas milícias serem ligadas a partidos que participam do governo.

A dificuldade desta tarefa ficou clara nesta semana, quando uma brigada policial foi retirada das ruas da capital porque alguns de seus membros eram acusados de cumplicidade com os esquadrões da morte.

- Deveria estar claríssimo para todos -- e acho que especialmente para o governo iraquiano -- que essas são questões urgentes que eles devem tratar com grande urgência - ela afirmou.

Ela salientou que sua viagem a Bagdá é uma manifestação de apoio a Maliki, a quem descreveu como "ótimo e forte primeiro-ministro". Após a reunião, Rice afirmou que os EUA continuam sendo "um amigo comprometido" do Iraque.

O tenente-coronel americano Barry Johnson, porta-voz dos militares dos EUA no país, confirmou que o líder da Al-Qaeda iraquiana, Abu Ayyub Al Masri, provavelmente permanece vivo, ao contrário do que disseram vários políticos iraquianos.

Masri, um egípcio também conhecido como Abu Hamza Al Muhajir, assumiu a chefia do grupo depois da morte do jordaniano Abu Musab Al Zarqawi, vítima de um bombardeio dos EUA em junho.

- Houve uma ação militar recentemente em que pensávamos que [Masri] poderia estar entre os mortos, mas agora achamos que isso é altamente improvável - disse Johnson à Reuters. - Vamos descartar totalmente essa possibilidade fazendo exames de DNA.

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