• Carregando...
Moradores de Homs, na Síria, observam buraco em parede aberto após ataques à cidade | David Manyua/ONU/Reuters
Moradores de Homs, na Síria, observam buraco em parede aberto após ataques à cidade| Foto: David Manyua/ONU/Reuters

O conflito que já dura 15 meses na Síria tomou as proporções de uma guerra civil, na qual o governo tenta retomar grandes faixas de território urbano perdido para a oposição, disse o chefe das missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (12). "Sim, acho que podemos dizer isso", afirmou o subsecretário-geral para Operações de Paz da ONU, Hervé Ladsous, em uma entrevista à Reuters e a um outro jornalista, quando perguntado se a crise síria poderia ser classificada como guerra civil. "Claramente, o que está acontecendo é que o governo da Síria perdeu algumas grandes porções de território em diversas cidades para a oposição e quer retomar o controle dessas áreas", afirmou ele. Esta é a primeira vez que uma autoridade do alto escalão da ONU declara que o conflito na Síria é uma guerra civil. "Agora confirmamos as notícias não apenas sobre o uso de tanques e artilharia, mas também de helicópteros de ataque", afirmou Ladsous. "Isso está de fato aumentando de proporção." Na semana passada, o chefe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) afirmou que o confronto na Síria tem sido tão intenso em partes do país que em alguns momentos tem classificado a situação de guerra civil localizada, embora não tenha dito que se tratava de uma guerra civil em escala total. Caso o CICV declare a crise síria um "conflito armado interno", isso terá implicações legais com relação aos crimes de guerra e ao cumprimento das Convenções de Genebra.

Implicação A declaração de Ladsous não tem nenhuma implicação legal, mas pode ter um peso político. Na semana passada, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu sobre o risco iminente de a crise síria se tornar uma guerra civil. Ladsous também comentou um ataque sofrido pelos observadores da ONU na Síria nesta terça-feira, ocorrido quando tentavam chegar à cidade síria de Haffeh. Os monitores foram forçados a voltar pela multidão furiosa, que jogou pedras e barras de metal contra eles. "Um de nossos observadores quase foi ferido", disse ele. "Pensamos que ele tivesse sido ferido, mas na verdade a bala não o atingiu, atingiu a bota dele." "Foram muitos impactos no carro", acrescentou ele. "Assim, foi deliberado."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]