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Manifestantes tailandeses querem forçar o governo a dissolver o Parlamento e convocar eleições | Reuters
Manifestantes tailandeses querem forçar o governo a dissolver o Parlamento e convocar eleições| Foto: Reuters

Soldados tailandeses atiraram balas de borracha e gás lacrimogêneo em milhares de manifestantes que revidaram com armas, granadas e coquetéis molotov em confrontos que mataram 12 pessoas, no pior e mais violento incidente político em Bangcoc em 18 anos.

Pelo menos 521 pessoas, incluindo 64 soldados e policiais, foram feridos no confronto perto da ponte Phan Fah e avenida Rajdumnoen, na cidade velha de Bangcoc, o centro do protesto, perto de edifícios do governo e do quartel-general da ONU.

Doze pessoas morreram, incluindo três soldados, segundo informações do centro médico de emergência.

Entre os mortos está o repórter cinematográfico da Reuters, o japonês Hiro Muramoto, de 43 anos, que trabalhava para a Thomson Reuters em Tóquio a mais de 15 anos e chegou a Bangcoc na quinta feira, para cobrir os protestos.

"Eu estou terrivelmente triste por ter perdido nosso colega Hiro Muramoto nos confrontos de Bangcoc", disse o editor-chefe da Reuters, David Schlesinger.

"O jornalismo pode ser uma profissão tremendamente perigosa quando aqueles que tentam contar os fatos ao mundo acabam arrastados ao centro de ação. Toda a família Reuters está de luto pela tragédia."

Centenas de manifestantes, conhecidos como "camisas vermelhas", também invadiram escritórios do governo em duas cidades do norte, aumentando o risco de uma grande revolta contra o primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva e seu governo, a 16 meses no poder, que conta com o apoio dos militares.

Os EUA pediram aos dois lados do conflito que ajam com moderação.

"Lamentamos essa explosão de violência política na Tailândia, país amigo e aliado de longa data, e esperamos que aconteçam negociações entre as partes, para que as diferenças sejam resolvidas de forma pacífica", disse o porta-voz da Casa Branca, Mike Hammer.

Tensão e incerteza tomaram conta da cidade de 15 milhões de habitantes de repente, com manifestantes nas ruas e nenhum sinal de que o governo pretende atender às suas exigências para que Abhisit deixe o país e dissolva imediatamente o parlamento.

Em pronunciamento na televisão, Abihisit expressou seu pesar às famílias das vítimas e disse que o Exército só estava autorizado a utilizar balas "ao atirar para o alto e para se defender".

Depois de horas de violência, o porta-voz do Exército, Sansern Kaewkamnerd, disse que seus homens recuariam na cidade velha, à medida que os tumultos se espalhavam para Avenida Khao San, uma área muito frequentada por turistas mochileiros.

A avenida Khao San parecia uma zona de guerra, disse um fotógrafo da Reuters. Vitrines de lojas forma quebradas, carros foram destruídos. Muitas pessoas estavam feridas, caídas na rua. A policia disse aos repórteres que alguns manifestantes acenderam botijões de gás e os fizeram rolar até os soldados.

"Se isso continuar, se o Exército reagir aos camisas vermelhas, a violência vai aumentar", disse Sansern depois de anunciar a retirada das tropas daquela área.

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