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Pelo menos 10 pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas quando a polícia do Egito tentou dispersar um protesto de milhares sudaneses acampados em condições extremamente precárias numa praça central do Cairo há três meses. Os sudaneses, que foram levados para o Egito fugindo da violência em seu país, pediam transferência para outro lugar. Há crianças entre as vítimas.

No Egito, os sudaneses se dizem vítimas de violência, negligência e maus-tratos. Eles pressionam o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), que fechou sua representação no Cairo há um ano, por mais assistência, para serem reconhecidos oficialmente como refugiados e para encaminhá-los a países ocidentais, especialmente EUA e Canadá. Há três meses, eles instalaram-se diante do antigo prédio da Acnur.

Nesta sexta-feira, a situação tornou-se violenta, quando a polícia tentou forçar os sudaneses a embarcar em ônibus que os levariam para viver em outro local. Quatro mil policiais cercaram a praça. A ordem de dispersão foi ignorada, e os manifestantes resistiram até a canhões de água. Dois mil acabaram entrando no acampamento, com cacetetes e bastões. Os sudaneses responderam com golpes de paus e garrafas. O chefe do serviço local de ambulâncias disse que 20 corpos foram levados para hospitais, mas o Ministério do Interior confirmou 10 mortes. Mais de 20 dos feridos são policiais.

- A maioria dos refugiados sudaneses foi vítima de violência no Egito. Não queremos ficar mais aqui - disse um deles, que se identificou como Wilson.

A ACNUR prometeu dar mais atenção aos sudaneses, mas disse que é impossível assegurar a todos eles a transferência para outro país.

A guerra civil entre Norte e Sul no Sudão, que durou 21 anos, forçou 4 milhões de pessoas a deixarem suas casas. Um conflito paralelo, na província de Darfur, no Oeste do país, empurrou outros dois milhões. Um acordo de paz entre Norte e Sul encerrou a guerra civil em janeiro, mas os refugiados dizem que ainda não há segurança para retornar.

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