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Pelo menos 24 pessoas morreram nesta sexta-feira (16) e 146 ficaram feridas em conflitos ocorridos na cidade líbia de Benghazi entre vários grupos armados, segundo disseram à reportagem fontes médicas e de segurança.

Fontes de segurança informaram que os enfrentamentos começaram quando forças supostamente comandadas pelo general reformado Halifa Hafter, acusado em fevereiro passado de tentar dar um golpe de Estado, entraram na cidade com a intenção de ficar com o controle dos quartéis administrados por várias milícias.

As fontes acrescentaram que, após duros combates, os homens armados dirigidos por Hafter recuaram para as regiões de Al Rachma e Sidi Frech, nos arredores de Benghazi.

Os mortos e os feridos foram levados a pelo menos quatro hospitais da cidade e seus arredores.

O chefe do Estado-Maior do Exército líbio, Abdel Salam Yadala, acusou Hafter em declaração ao canal de televisão nacional de tentar ficar com o controle de Benghazi, segunda cidade do país, e sublinhou que o exército impedirá a chegada de mais unidades em apoio das forças comandadas pelo militar.

Segundo Yadala, Hafter está no comando de brigadas formadas por antigos integrantes do exército e por milicianos.

No entanto, em declarações à tevê, Mohammed al Hiyazi, apresentado como o porta-voz das forças que fizeram o ataques, afirmou que oficiais dos quartéis de Benina, Tobruk e Abrak, pertencentes às Forças Aéreas, se uniram ao general reformado.

Segundo Al Hiyazi, o alvo do ataque era acabar com as milícias armadas que continuam operativas dentro da cidade durante uma operação batizada "A dignidade do exército líbio".

Fontes de segurança confirmaram que os quartéis das milícias Rafala al Shati, no bairro de Al Hawari, e 17 de Fevereiro, ambos dependentes do Estado-Maior do exército, foram atacados pelas forças de Hafter, que se retiraram posteriormente.

Além disso, os assaltantes, que contam com armamento pesado, médio e leve, assim como com o apoio de pelo menos um avião, também atacaram as milícias do grupo radical islamita Ansar al Sharia.

Diante da situação de desconcerto, o Conselho local da cidade exigiu às autoridades de Trípoli "explicações oficiais sobre os enfrentamentos que estão ocorrendo em Benghazi" e pediu ao Ministério da Justiça que reforce a segurança nas prisões para evitar qualquer tentativa de fuga aproveitando a situação atual.

Posteriormente, o governo provisório líbio de Abdullah Al-Thani condenou o ocorrido e o classificou de "golpe de Estado contra a revolução de 17 de fevereiro", que acabou com o regime de Muammar Kadafi.

Em discurso televisionado, Al-Thani anunciou que foi ordenado o envio de unidades do exército para refrear o ataque das forças de Hafter, que contam com 120 veículos armados.

Além disso, insistiu que o dito grupo armado "não representa uma ameaça para a cidade de Benghazi".

A situação da segurança no país é cada vez mais incontrolável diante da incapacidade do governo de reconstruir o exército e os corpos de segurança e de estender sua autoridade a todo o país.

Nesse cenário, Argel ordenou o imediato fechamento de sua embaixada e do consulado em Trípoli, por considerar que há uma "ameaça real e iminente" para seus diplomatas e funcionários consulares.

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