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Refugiados em pátio de escola no norte do Congo:  população vive na miséria em um país que poderia ser o mais rico da África | Laudes Martial Mbon/AFP
Refugiados em pátio de escola no norte do Congo: população vive na miséria em um país que poderia ser o mais rico da África| Foto: Laudes Martial Mbon/AFP

Acidente - Caminhão-tanque explode e mata 200

O governo da República Democrática do Congo (RDC) confirmou ao menos 200 mortos e cem feridos após o tombamento e a explosão na noite de sexta-feira de um caminhão-tanque que carregava gasolina na Província de Kivu Sul. Segundo o oficial da Cruz Vermelha no país, Desire Yuma, o número de vítimas pode aumentar e a organização já contabiliza ao menos 204 mortos.

O alto número de vítimas deve-se ao fato de que várias pessoas tentavam saquear a gasolina que se espalhava pelo chão com pequenos vasilhames, depois do tombamento do caminhão, quando a explosão ocorreu. O motorista do caminhão, que era procedente da Tanzânia, conseguiu sair vivo da explosão.

Inicialmente, acreditava-se que entre os mortos poderiam estar vários soldados da Missão das Nações Unidas para a Estabilidade do Congo (Monusco), mas o porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU) Olamide Adedeji na região confirmou que nenhum membro da missão de paz na República Democrática do Congo morreu no acidente.

"A Cruz Vermelha nacional está trabalhando na coleta dos corpos e levando-os ao necrotério, mas a prioridade é obviamente levar os feridos ao hospital’’, disse o coordenador local da entidade, Inah Kaloga. Outro porta-voz da ONU no país, Madnodje Mounoubai, disse que a missão de paz já está investigando as causas do acidente.

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Kinshasa - Minerais fabulosos. Música magnífica. Culinária maravilhosa. Uma paisagem que vai de viçosas florestas tropicais a montanhas com aparência suíça. Mas a população ainda é duramente afetada pela violência e pela miséria, meio século depois da independência da Bélgica.

O governo da República Democrática do Congo comemorou em 30 de junho, com muita pompa e circunstância, o 50.º aniversário de sua independência. A lista de convidados incluiu o rei da Bélgica, Alberto II, e o secretário-geral da Orga­nização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon.

Mas o povo deste vasto país da África Central que continua a lutar para sobreviver pergunta: "Por quê?" Algumas pessoas chegaram a boicotar as comemorações no leste do país, onde rebeliões armadas brutais forçaram 250 mil pessoas a deixarem suas casas e pelo menos 8.300 estupros foram cometidos no ano passado.

Um sinal de subdesenvolvimento é o fato de um país enorme, do tamanho do Leste Eu­­ropeu, ter apenas 500 quilômetros de estradas pavimentadas.

História

O país foi criado em 1885 pelo rei belga Leopoldo II, que recrutou o explorador Henry Morton Stanley para fazer uma expedição secreta para criar um Estado no coração da África – um que fosse "80 vezes o tamanho da Bélgica".

O Estado Livre do Congo foi um caso único entre as colônias, já que era propriedade privada do rei da Bélgica. A memória do rei é eternamente manchada pelas depredações cometidas pelas companhias que fizeram do monarca um milionário. Primeiro, o Congo forneceu marfim, depois látex das seringueiras nativas, produto cuja demanda aumentou após a invenção do pneu de borracha.

Com a saída da Bélgica, teve início a ditadura de 32 anos de Mobutu Sese Seko, um líder pró-Ocidente visto como um baluarte contra o comunismo. Mobutu conseguiu controlar o país, que ele renomeou como Zaire, e acumulou uma fortuna pessoal estimada em US$ 5 bilhões enquanto fortalecia a corrupção que continua a amaldiçoar o país

Em 1997, uma aliança de rebeldes invadiu o palácio do governo e depôs Mobutu. Laurent Kabila, o pai do atual presidente do Congo, tomou o poder. Então, o genocídio na vizinha Ruanda transbordou as fronteiras e uma batalha regional teve início pelo controle dos vastos recursos naturais do Congo. Elas incluem 30% das reservas mundiais de cobalto e 10% das reservas de cobre.

Quatro milhões de pessoas morreram na guerra, a maioria por causa da fome e de doenças. O país entrou numa desordem tão grande que, mesmo agora, o Comitê Internacional de Resgate estima que cerca de 45 mil pessoas morram, a cada mês, principalmente de fome e em decorrência de doenças como aids e malária.

Kabila foi posteriormente assassinado e substituído por seu filho, Joseph, que continua no poder após vencer uma eleição realizada em 2006.

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