• Carregando...
Trump discursando em Washington DC  | MANDEL NGANAFP
Trump discursando em Washington DC | Foto: MANDEL NGANAFP

Outro tweet bizarro do presidente dos Estados Unidos.

Outro ato de indignação e condenação dos parlamentares.

O presidente Donald Trump publicou em seu twitter, no domingo (02), uma vídeo-montagem que mostrava ele jogando um homem - com "CNN" no lugar do seu rosto - no chão. No vídeo, Trump então bate na cabeça do homem, antes de se afastar.

Trump twittou o vídeo junto com duas hashtags: "#FraudNewsCNN" e "#FNN".

Sobre o vídeo

O vídeo, que teria se originado na rede social Reddit, na semana passada, foi rapidamente criticado nas mídias sociais, por não estar à altura do cargo de presidente, e por promover a violência contra os jornalistas da CNN . Há muito tempo, Trump tem um relacionamento ruim com a rede de notícias, muitas vezes os acusando de promover "Fake News " (notícias falsas).

No programa da ABC "This Week", no último domingo (02) , o conselheiro de segurança nacional Tom Bossert fez uma cara feia quando mostrou o tweet no ar, mas logo depois defendeu Trump, dizendo que ele estava se comunicando de uma forma direta e  "autêntica" com os americanos.

"Eu acho que ninguém levaria isso como uma ameaça", disse Bossert. A apresentadora Martha Raddatz, respondeu com: "Espero que realmente não levem”.

Parlamentares e CNN criticam Trump

Já os parlamentares, muitos deles democratas, sentiram o contrário. Eles levaram a discussão para o Twitter e criticaram severamente Trump, tweetando que o ato do presidente foi um "conteúdo grosseiro, falso, e antiético". Muitos defenderam a imprensa livre como essencial para a democracia, especialmente por estar próximo do Dia da Independência.

A CNN rebateu Trump dizendo em uma declaração que sua atitude era um "comportamento juvenil bem abaixo da dignidade de seu cargo" quando ele deveria estar se preparando para uma próxima viagem no exterior.

"É um dia triste quando o presidente dos Estados Unidos incentiva a violência contra repórteres", diz o comunicado. "Nós continuaremos trabalhando. Ele deveria começar a fazer o mesmo”, finaliza a mensagem.

Outros casos parecidos

O caso do tweet provocador aconteceu poucos dias depois de Trump ter atacado os âncoras do programa "Morning Joe" da MSNBC, com linguajar pesado que foi amplamente condenado pelos congressistas republicanos e democratas. No dia seguinte, os apresentadores responderam em um quadro que questionava se Trump estava realmente apto para ser presidente.

"Obviamente, não vejo isso como um comentário apropriado", disse o presidente da Câmara, Paul D. Ryan, na quinta-feira (29). "O que estamos tentando fazer aqui é melhorar a civilidade e o tom de debate, e isso, obviamente, não contribui para a discussão".

Trump há muito tempo teve um relacionamento problemático com a mídia. Ao longo de sua campanha, ele regularmente atacou a imprensa, destacando as notícias como sendo "desonestas" e em um ponto até impedindo o Washington Post de cobrir seus eventos . Desde a sua eleição, ele acusou, sem provas ou argumentos mais profundos, certos meios de comunicação de publicar "notícias falsas". No início deste ano, Trump apelidou a mídia de "a inimiga do povo americano" e quebrou com a recente tradição presidencial ignorando o jantar dos correspondentes da Casa Branca. Em vez disso, ele foi a um comício na Pensilvânia naquele dia.

Contradição

A coluna “The Post's Fact Checker” compilou recentemente em uma linha do tempo toda história de Trump com a Rússia em que ele alegava que era uma mentira por parte dos democratas. O que se descobriu é que o presidente muitas vezes se contradizia nas suas próprias declarações anteriores ou em declarações de membros de sua administração.

A CNN tem sido um alvo frequente nos tweets de Trump, que descreveu a rede como todos os piores adjetivos, desde "inassistível" até "o pior".

Trump tinha retomado seus ataques à CNN na semana passada, depois que a rede divulgou uma história sobre supostos laços entre os aliados de Trump e a Rússia. Três jornalistas da CNN que estiveram envolvidos na história se demitiram após os ataques.

Traduzido por: Guilherme Dias
0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]