• Carregando...
John McCain, candidato republicano à Presidência dos EUA em 2008, recebeu US$ 183,4 mil para defender o embargo | Jim Bourg/Reuters
John McCain, candidato republicano à Presidência dos EUA em 2008, recebeu US$ 183,4 mil para defender o embargo| Foto: Jim Bourg/Reuters

Onde foi parar o dinheiro

O Comitê de Ação Política Cubano-americano pela Democracia e um grupo de doadores influenciaram parlamentares dos EUA nas votações sobre Cuba. Veja o que eles fizeram:

- Doaram US$10.777.692 desde a campanha eleitoral de 2004.

- Beneficiaram ao menos 337 candidatos federais por meio de comitês políticos.

- Elevaram muito as doações de cubanos-americanos à campanha democrata ao Senado.

- Transferiram recursos significativos (de até US$ 366,9 mil) a 15 grandes patrocinadores. Alguns deles transferem ou angariam dinheiro para outros membros, construindo assim uma base de pessoas influentes capazes de interromper mudanças na política dos EUA em relação a Cuba.

- Doaram dinheiro a parlamentares que, após receber o dinheiro, mudaram de posição em relação a Cuba - alguns trocaram de posição poucos dias após receber o dinheiro.

- Proveram mais de US$ 850 mil a 53 membros do Congresso, que divulgaram serem contra as mudanças na política para Cuba semanas antes de uma audiência importante sobre a liberação de viagens ao país comunista.

Fonte: Public Campaign.

Washington - Um relatório do grupo independente Public Campaign aponta que cerca de 400 congressistas e candidatos dos Estados Unidos, incluindo o senador republicano e ex-candidato presidencial John McCain, receberam um valor de US$ 11 milhões (R$ 18,9 milhões) em doações de campanha desde 2004 com a condição de manter o embargo norte-americano contra Cuba.

Segundo o grupo, que defende o financiamento público das campanhas políticas, o valor foi pago ainda para evitar que qualquer medida de abertura do em­­bargo fosse aprovada no Se­­na­­do ou na Casa dos Representantes.

O relatório diz que pelo menos 18 parlamentares mudaram de opinião sobre Cuba, depois de re­­ceber doações de campanha.

A lista de beneficiários, afirma o jornal espanhol El País, é liderada por três congressistas republicanos da Flórida: Lincoln Diaz-Balart (US$ 366,9 mil); seu irmão Mario (US$ 364,2 mil) e Ileana Ross-Lehtinen (US$ 240 mil). Já McCain aparece em quarto, com um montante de US$ 183,4 mil.

As doações aos democratas, contudo, aumentaram 50% nestes quatro anos. O aumento ocorreu principalmente depois de 2006, quando os democratas conquistaram a maioria na Casa dos Representantes.

Como resultado do pagamento, afirma o El País, 53 dos deputados enviaram uma carta à presidente da Ca­­sa, a democrata Nancy Pelosi, opondo-se às propostas do presidente Barack Obama de aliviar o embargo.

As restrições dos EUA sobre Cuba começaram oficialmente em 7 de fevereiro de 1962, sob o governo de John F. Kennedy.

As restrições comerciais e fi­­nanceiras representaram perdas à economia cubana estimadas em US$ 242,4 milhões no último ano e de US$ 96 bilhões desde quando en­­traram em vigor, segundo o go­­verno de Havana.

O governo Obama adotou uma política de abertura em relação a Cuba, permitindo, inclusive, o fim da suspensão de Cuba na Organização dos Estados Americanos (OEA). O limite para o envio de dinheiro para parentes na ilha também foi suspenso. Obama já afirmou, contudo, que o em­­bargo não será suspenso até que Cuba aprove reformas de­­mocráticas e econômicas, co­­mo libertar os presos políticos e permitir a liberdade de expressão. Vários parlamentares americanos propuseram medidas intermediárias, como acabar com a proibição de viagens a Cuba para todos os americanos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]