• Carregando...
O presidente Raúl Castro propôs limitar em dez anos o mandato de dirigentes cubanos | Adalberto Roque/AFP
O presidente Raúl Castro propôs limitar em dez anos o mandato de dirigentes cubanos| Foto: Adalberto Roque/AFP

Raúl Castro propõe limitar tempo de mandatos

O presidente de Cuba, Raúl Castro, propôs limitar a um máximo de dez anos o mandato dos dirigentes em Cuba, governada durante meio século por seu irmão Fidel. "Chegamos à conclusão de que é recomendado limitar ao máximo de dois períodos consecutivos de cinco anos o desempenho de cargos políticos e estatais fundamentais. Isso é possível e necessário nas atuais circunstâncias", afirmou Raúl Castro em discurso perante os mil delegados do Congresso do PCC.

Leia matéria completa

Havana - O Congresso do Partido Co­­mu­­nista de Cuba (PCC) aprovou on­­tem o programa de reformas de abertura proposto pelo presidente Raúl Castro para ratificar o mo­­delo socialista em vigor há meio século. Os mil delegados do Con­­gresso votaram em plenário o projeto que inclui em torno de 300 medidas de abertura para o setor privado, cortes de empregos, re­­dução de subsídios, autogestão empresarial, impostos e descentralização do aparato estatal.

"Na atualização do modelo econômico primará o planejamento, que levará em conta as tendências do mercado", diz a re­­solução, divulgada no site Cuba debate.cu, depois de afirmar que "apenas o socialismo é capaz de vencer as dificuldades e preservar as conquistas da revolução".

Segundo o texto, os princípios socialistas e de mercado devem harmonizar-se "com maior autonomia das empresas estatais e o desenvolvimento de outras formas de gestão", como "o investimento estrangeiro, as cooperativas, os pequenos agricultores, os usufrutuários, os arrendatários, os trabalhadores autônomos".

O plano de Raúl Castro, a ma­­ior reestruturação econômica des­­de que Fidel Castro nacionalizou as empresas nos anos 1960, busca dei­­xar para trás o modelo centralizado soviético, já esgotado e que man­­tém a ilha em uma severa crise.

O Congresso do PCC orientou o governo a criar uma comissão permanente que supervisione a execução das reformas e pediu ao Par­­lamento elaborar as normas le­­gais que apoiem as novas medidas.

O PCC terá a responsabilidade de "controlar, impulsionar e exigir o cumprimento das linhas aprovadas" e seu Comitê Central – seu órgão máximo – "analisará ao menos duas vezes por ano o andamento da atualização do modelo econômico", completou.

Outra resolução estabelece que a Conferência Nacional do PCC, em janeiro de 2012, revisará os estatutos e o funcionamento in­­terno de grupos como a União de Jovens Comunistas (UJC) e as organizações de massa.

Nova cúpula

O Congresso, iniciado no sábado, deve ser concluído hoje com a apresentação de sua nova cúpula, incluindo seu primeiro secretário, cargo ocupado por Fidel Cas­­tro desde 1965, mas que não exerce desde que ficou doente, em 2006. Também será apresentado o novo Comitê Central, até agora de 125 membros e o seleto Bureau Polí­­tico, atualmente de 19 membros.

Todas as indicações indicam que Raúl será o substituto de Fi­­del. O próprio Fidel Castro sugeriu, em artigo publicado em março passado, que o presidente do país deveria ocupar o cargo de secretário-geral do PCC, no caso seu irmão Raúl Castro.

As candidaturas à cúpula do partido foram selecionadas de um total de 1.280 propostas das células de base (núcleos) do PCC, integrado por cerca de 800 mil militantes e reconhecido pela Cons­­titui­­ção como a "força dirigente superior da sociedade e do Estado".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]