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O Congresso Nacional de Honduras deverá manter nesta quarta-feira (2) o presidente deposto, Manuel Zelaya, fora do poder. Com isso, o presidente golpista, Roberto Micheletti, retorna ao governo e ficará até janeiro quando vai transmitir o cargo ao presidente eleito, Porfirio Pepe Lobo.

A sessão do Congresso que define a questão começou hoje com duas horas e meia de atraso. Deputados ligados a Zelaya e os correligionários de Micheletti dão como certo o afastamento definitivo do presidente deposto.

Gostaria muito de ver o Zelaya de volta ao poder. Mas já se sabe que a maioria vai votar contra, afirmou Agência Brasil o deputado Victor Ruas, do Partido Liberal, do presidente deposto. Não poderíamos voltar atrás e mudar uma decisão tomada anteriormente, disse Agência Brasil o deputado Rigoberto Chane Castillo, do Partido Nacional, de oposição a Zelaya.

Para a aprovação da restituição de Zelaya ao poder, conforme o acordo definido em outubro, são necessários 65 votos, do total de 128 deputados federais. Anteriormente, 112 deputados votaram pelo afastamento do presidente deposto. Na sessão de hoje todos os integrantes do Congresso Nacional estão presentes.

Único observador brasileiro na processo eleitoral hondurenho, o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), afirmou Agência Brasil que para manter Zelaya afastado do poder, o argumento do Congresso será a negativa de todas as instâncias consultadas. Ainda estão na fase de leitura das consultas. Mas todos os órgãos consultados recomendaram que ele [Zelaya] fosse mantido fora do governo, disse.

Os congressistas consultaram a Suprema Corte, o Ministério Público, as comissões de direitos humanos, entre outros segmentos sobre a legalidade do acordo mediado pelos Estados Unidos e negociado com Zelaya e Micheletti.

Jungmann afastou a hipótese de Zelaya retornar ao poder. Conversei com vários parlamentares de todos os partidos e eles foram definitivos ao dizer 'Zelaya não volta'. Então acredito ser impossível qualquer decisão diferente disso, afirmou.

Para o parlamentar brasileiro, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os demais integrantes da comunidade internacional que rejeitam a legitimidade das eleições hondurenhas deverão mudar de opinião.

É inquestionável: há uma nova realidade política em Honduras que foi consolidada por uma eleição democrática. Temos de respeitar as instituições e virar a página, disse Jungmann. Ontem, Lula reiterou que o Brasil rejeita os resultados das eleições hondurenhas. Paralelamente, Zelaya continua abrigado na embaixada brasileira em Tegucigalpa há dois meses e meio.

Zelaya foi deposto em 28 de junho quando uma manobra política articulada por setores do Congresso Nacional, da Suprema Corte e das Forças Armadas o tiraram do governo. Desde então, Micheletti está na Presidência do país e o governo brasileiro não reconhece esta gestão por considerá-la golpista.

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