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Congresso do Peru
Congresso unicameral do Peru no dia da posse da presidente Boluarte, dezembro de 2022.| Foto: EFE / Paolo Aguilar

O Congresso do Peru aprovou nesta segunda-feira um pedido para reconsiderar a votação que na última sexta-feira rejeitou um projeto para que as eleições gerais no país sejam antecipadas para outubro deste ano.

A decisão, tomada com 66 votos a favor, 44 contra e seis abstenções no plenário, teve o voto decisivo do presidente do Congresso, o direitista José Williams, para atingir o mínimo necessário para ser adotada.

Dessa forma, o Congresso voltará a debater para buscar um consenso que permita chegar aos 87 votos necessários para aceitar a antecipação das eleições que, se aprovada, deve ser votada novamente na próxima legislatura, por se tratar de uma reforma constitucional.

No início do debate, o autor do pedido de reconsideração, o fujimorista Arturo Alegría, disse aos legisladores que eles devem "dar uma resposta aos cidadãos" e “levar em conta a crise" que assola o país, em referência às manifestações de grupos antigovernamentais que desde dezembro do ano passado deixaram mais de 60 mortos.

Em resposta, o porta-voz do partido marxista Perú Libre, Flavio Cruz, afirmou que "a população está exigindo a renúncia da presidente Dina Boluarte" e que "isso ajudaria na solução que todo o país está buscando".

Depois de rejeitar a possibilidade de aprovar a antecipação para outubro, Cruz pediu que o plenário leve em conta uma opinião minoritária apresentada por seu partido, que pede a antecipação das eleições em quatro meses, com inclusão de uma consulta sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte.

José Jerí, porta-voz do partido de centro-direita Somos Perú, opinou que o Congresso "deve aprovar esta reconsideração porque os extremos estão jogando seu jogo" e "deve-se encontrar um ponto de equilíbrio" para chegar a "um acordo mínimo" entre as bancadas.

Por sua vez, Ruth Luque, do partido de esquerda Juntos por el Perú, também declarou que Boluarte deve renunciar ou o Congresso debaterá sua destituição, enquanto Adriana Tudela, do partido de direita Avanza País, frisou que seu partido "nunca se agarrou a nenhum cargo", mas insistiu para que “as eleições sejam realizadas dentro de um prazo razoável, em paz e com o mínimo de reformas".

Por sua vez, Jorge Montoya, do conservador Renovación Popular, rejeitou qualquer possibilidade de adiantar as eleições para antes de 2026, quando deve terminar o atual mandato.

Depois que a reconsideração foi aceita, o presidente da Comissão de Constituição, o fujimorista Hernando Guerra García, pediu uma sala para se reunir com os representantes das diferentes bancadas e "propor uma saída ao país".

O plenário do Congresso rejeitou na sexta-feira a antecipação das eleições gerais no país para outubro deste ano depois de debater por mais de oito horas um projeto proposto por Guerra García.

Dessa forma, também foi deixado de lado outro projeto de antecipação, que foi aprovado, em primeira instância, no dia 20 de dezembro, para que as eleições fossem realizadas em abril de 2024.

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