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O novo conselho de paz do Afeganistão disse na quinta-feira que está disposto a fazer concessões para trazer insurgentes à mesa de negociações, e pediu ajuda da Arábia Saudita na mediação das negociações de paz.

Qiyamuddin Kashaf, porta-voz do Alto Conselho da Paz, reiterou o apoio dos governos afegão e norte-americano para que os militantes renunciem à violência.

Em entrevista coletiva em Cabul, Kashaf disse que o governo pode oferecer empregos, casas e dinheiro a militantes que estejam dispostos a depor suas armas.

"O Alto Conselho da Paz espera que o mundo islâmico, em particular a (Organização da) Conferência Islâmica, e o rei saudita apoiem o piedoso povo do Afeganistão na obtenção da paz", disse ele, lendo nota do conselho.

Questionado sobre a menção específica à Arábia Saudita, Kashaf explicou que esse foi um dos três únicos governos que reconheceram o regime do Taleban, derrubado em 2001 no Afeganistão, além de ser um país com boas relações com o Paquistão e de ali ficarem os lugares mais sagrados do Islã.

A Arábia Saudita promoveu negociações secretas no ano passado e já agiu anteriormente como interlocutora entre autoridades afegãs e comandantes do Taliban.

O Alto Conselho da Paz tem 70 integrantes, e sua criação foi proposta pelo presidente Hamid Karzai para promover negociações pelo fim de várias décadas de violência.

Kashaf disse que o mecanismo de negociações se baseia numa forma "honrada" para a reintegração dos militantes à sociedade, o que "envolve posições, casa, salário e autoestima". "Eles querem concessões e vamos dá-las", acrescentou na entrevista, sem entrar em detalhes.

Funcionários da Otan e do governo afegão confirmaram a realização de contatos preliminares entre o governo e o Taliban. Mas Mark Sedwill, principal representante civil da aliança ocidental no país, disse ao canal britânico Sky News que não está claro se os membros do Taliban "estão simplesmente liderando facções específicas ou se falam por grupos mais amplos".

O Taleban divulgou nota na quinta-feira descrevendo a suposta negociação como "mentiras impressionantes" e uma "propaganda organizada do inimigo".

"O Emirado Islâmico do Afeganistão refuta diretamente essas falsas alegações, pois nem enviou delegações a negociações, nem pretende negociar num momento em que o país está sob ocupação", disse a nota.

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