Resistência
Filho de Kadafi está em Trípoli, diz porta-voz
Saif al-Islam, filho de Muamar Kadafi, tem viajado pelos arredores de Trípoli, reunindo-se com líderes tribais e preparando uma retomada da capital líbia, disse ontem seu porta-voz. Numa conversa telefônica com a Reuters, dizendo falar de "um subúrbio ao sul de Trípoli", Moussa Ibrahim afirmou que o Conselho Nacional de Transição (CNT) não terá condições de governar o país depois de ter expulsado Kadafi da capital, na semana passada, e sugeriu que os governos ocidentais deveriam negociar com o líder deposto. Ele também apontou "a ironia" no fato de a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ter se aliado a um combatente islâmico que já teve contatos com a Al-Qaeda, e que agora estaria no comando militar de Trípoli.
O porta-voz não quis dizer com precisão onde estava, mas foi um número da Líbia que apareceu no identificador de chamadas do repórter.
Reuters
Brasil pede bloqueio de investimentos líbios no país
O governo brasileiro pediu ontem o bloqueio dos investimentos líbios no Brasil. O bloqueio foi pedido à Justiça Federal, em São Paulo, com base na Resolução 1.970, da Organização das Nações Unidas (ONU).
Com a ajuda do Banco Central (BC), a Advocacia Geral da União (AGU) localizou, para o bloqueio, os investimentos do Banco Central Líbio no Brasil. O BC líbio é o maior investidor de uma empresa chamada Corporação Bancária Árabe (Arab Banking Corporation - ABC).
Essa corporação é a acionista majoritária na instituição financeira brasileira chamada Banco ABC Brasil que tem uma corretora de valores mobiliários. Até o início da noite, a Justiça Federal ainda não havia distribuído o processo com o pedido da AGU.
O Banco ABC Brasil é um banco múltiplo habilitado a operar nas carteiras Comercial, de Investimentos, Financeira, Crédito Imobiliário e Câmbio, contando ainda com uma agência nas Ilhas Cayman. Tem sede na Av. Juscelino Kubitschek em São Paulo e funciona como um banco múltiplo, com operações como banco comercial, de investimento, financeira, crédito imobiliário e câmbio. Sob o controle do ABC Brasil há uma distribuidora de títulos e valores imobiliários e uma empresa de administração de serviços.
O BC brasileiro disse que apenas cumpre as resoluções internacionais acatadas pelo governo, procedimento semelhante ao adotado nos casos envolvendo bens e investimentos atingidos pela resolução da ONU.
Agência Estado
O Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia quer eleições para presidente em 20 meses. O prazo, se comparado ao processo de transição dos vizinhos, é dilatado. Na Tunísia, as eleições legislativas serão realizadas em outubro, nove meses após a queda de Ben Ali. No Egito, o pleito também deve ocorrer em breve.
Segundo o representante do CNT no Reino Unido, Guma Al Gamaty, o órgão rebelde dirigirá o país nos próximos oito meses, quando será eleito um conselho para reformular a Constituição. "Temos, depois, um ano para a eleições parlamentares e presidenciais", disse.
O anúncio foi feito um dia depois de os "amigos da Líbia" decidirem liberar US$ 15 bilhões (R$ 24 bi) de fundos congelados.
Na última quarta-feira, no entanto, o Reino Unido enviou, por conta própria, um avião a Benghazi com 280 milhões de dinares líbios (R$ 370 milhões) em notas impressas no país.
Ontem, a União Europeia suspendeu as sanções a 28 entidades do país, como portos e bancos.
Combates
Enquanto os líderes políticos tentam organizar o governo, as forças rebeldes líbias avançam na direção da cidade de Sirte, local de nascimento de Muamar Kadafi, apesar da extensão do prazo final para a rendição da cidade.
Embora os combates tenham diminuído muito na Líbia, incluindo na capital Trípoli, os seis meses de guerra civil prejudicaram as linhas de fornecimento e danificaram a infraestrutura em todo o país. Segundo o coordenador humanitário da ONU para a Líbia, Panos Moumtzis, nos últimos dias algumas agências da ONU retornaram a Trípoli.
A organização levou 11 milhões de garrafas de água e vai levar 600 toneladas de comida e o equivalente a 100 milhões (US$ 140 milhões) em medicamentos para o país, mas afirma esperar que a ajuda da ONU seja temporária. "Este país tem uma série de recursos e nós vemos as necessidades humanitárias como de curto prazo", disse ele sobre o país, rico em petróleo, que tem 6 milhões de habitantes. "Eu não vejo o programa humanitário indo além do final do ano, no máximo."
O novo comandante militar de Tripoli, o insurgente Abdel Hakim Belhaj, discutiu ontem as preocupações a respeito do seu passado de militante islamita. Belhaj é o ex-líder do Grupo Combatente Islâmico Líbio, que lutou ao lado da rede extremista Al-Qaeda no Afeganistão e no Iraque.
Kadafi careca
Um jornal de Trípoli publicou uma foto em que o ditador líbio, Muamar Kadafi, aparece careca, com a mensagem "Procurado vivo ou morto" logo acima.
Em entrevista à rede Al Jazeera, o presidente do CNT, Mustafa Abdel Jalil, admitiu que os rebeldes não têm nem ideia do paradeiro de Kadafi.
"Se soubéssemos onde Kadafi está agora, nossos revolucionários estariam a caminho para capturá-lo. Não temos informação de que Muamar Kadafi esteja na Líbia ou em qualquer outro lugar."
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