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O Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia entregou o poder à Assembleia formada nas eleições de 7 de julho passado, em uma cerimônia na noite de quarta-feira (8) que marcou a primeira transição democrática após 40 anos de ditadura de Muammar Kadhafi.

"Entrego nossas prerrogativas constitucionais ao Congresso Geral Nacional, que é de agora em diante o representante legítimo do povo líbio", declarou o presidente do CNT, Mustapha Abdelkhalil, ao passar simbolicamente o poder ao decano dos 200 membros da CGN eleitos há um mês, na primeira votação livre já realizada na Líbia.

Devido ao jejum do Ramadã, a cerimônia começou no início da noite, no salão de conferências de um hotel da capital líbia. Outro salão, no segundo andar do mesmo hotel, será agora a sede do Congresso Geral Nacional.

A cerimônia contou com a presença de representantes da sociedade civil e de diplomatas estrangeiros na Líbia. Pouco antes, os 200 parlamentares prestaram juramento ao presidente do Supremo Tribunal Sírio.

O evento começou com o hino nacional cantado por um coral infantil e teve um pequeno incidente quando Abdelakhalil determinou a substituição da jovem apresentadora da cerimônia por estar com o cabelo exposto, sem o véu islâmico. "Acreditamos nas liberdades individuais, mas somos muçulmanos e temos nossos princípios. Todo mundo deve entender este ponto", disse Abdelkhalil sobre o incidente.

Em seu discurso, Abdelkhalil saudou "a primeira transmissão do poder na história da Líbia" e admitiu "certos erros" durante um período de transição "excepcional" e o atraso no tratamento de alguns temas", especialmente segurança e desarmamento.

Ao final da cerimônia, que durou cerca de 40 minutos, os congressistas permaneceram na sala para celebrar sua primeira reunião oficial e eleger um presidente e dois vice-presidentes da Assembleia. "Agora o CNT já não existe. Está dissolvido", declarou à AFP Othman Ben Sassi, membro do Conselho.

Comando

O Conselho Nacional de Transição (CNT) era o órgão político da rebelião que derrubou o regime de Muammar Kadhafi, antes de assumir, de forma oficial, o comando do país depois da queda do líder líbio, morto em outubro passado, após quatro décadas no poder.

A Assembleia é integrada principalmente pela Aliança das Forças Nacionais (AFN), coalizão de mais de 40 pequenos partidos liberais liderada pelos artífices da revolta contra Kadhafi, com 39 cadeiras, e pelo Partido da Justiça e Construção (PJC), derivado dos Irmãos Muçulmanos, com 17 cadeiras.

O ato foi cercado de medidas excepcionais de segurança, especialmente após a escalada da violência em várias regiões do país nos últimos dias.

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