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Pleito

Conservador é eleito novo presidente da Câmara dos Comuns britânica

John Bercow substitui Michael Martin, que havia renunciado. País enfrenta crise causada por supostos gastos abusivos de deputados

O deputado John Bercow posa para fotos nesta segunda-feira, pouco antes de ser eleito novo presidente da Câmara dos Comuns em Londres | AFP
O deputado John Bercow posa para fotos nesta segunda-feira, pouco antes de ser eleito novo presidente da Câmara dos Comuns em Londres (Foto: AFP)

O deputado conservador John Bercow, de 46 anos, foi eleito nesta segunda-feira (22) presidente da Câmara dos Comuns britânica, no terceiro turno do pleito, conseguindo 322 votos contra 271 para seu concorrente, o também conservador George Young, de 67 anos.

A eleição do novo presidente da Câmara é consequência da renúncia histórica - a primeira desde 1695 - do presidente anterior, Michael Martin, obrigado a abandonar o cargo pela administração considerada desastrosa do escândalo dos gastos abusivos dos deputados.

O vencedor, primeiro judeu a ocupar este prestigioso cargo, era o favorito e venceu as eleições contra nove candidatos, entre eles Margaret Beckett, ex-ministra de Assuntos Exteriores trabalhista.

Aplaudido por uma Câmara dos Comuns lotada, Bercow foi "levado com desgosto" até a cadeira de "speaker", nome dado ao presidente da Câmara no Reino Unido.

"Precisamos reformar (a Câmara dos Comuns)", disse o novo presidente, durante sua posse. Ele prometeu imparcialidade e ressaltou que "a grande maioria dos membros desta Câmara são pessoas honradas, decentes e honoráveis".

Tanto o primeiro-ministro do Reino Unido, o trabalhista Gordon Brown, quanto os líderes dos principais partidos da oposição, o conservador David Cameron e o liberal-democrata Nick Clegg, cumprimentaram-no.

Segundo Brown, a eleição do novo presidente dos Comuns representa um "passo importante" no "processo de mudança" necessário na Câmara.

Casado e pai de três filhos, Bercow, considerado um modernizador, tem pela frente o desafio de restabelecer a confiança da cidadania no Parlamento, muito desprestigiado pelo escândalo de abusos do dinheiro público pelos deputados.

O novo presidente, que chegou ao Parlamento em 1997, começou sua carreira como membro da ala mais radical dos "tories", apesar de ter se modernizado tanto com os anos, que alguns correligionários chegaram a suspeitar ele que pudesse passar a atuar junto ao Partido Trabalhista.

Agora, o novo presidente dos Comuns deverá ser imparcial e cumprir as tarefas de supervisionar a administração da Câmara e manter a ordem nas sessões parlamentares, especialmente as das quartas-feiras, dedicadas a perguntas ao primeiro-ministro.

Ele também terá de ajudar a recuperar a credibilidade da Casa, abalada pelo escândalo dos gastos, destacados há mais de um mês pela imprensa.

Os jornais criticaram em especial alguns gastos absurdos financiados pelos contribuintes: batons, comida para cães, um vaso sanitário, entre outros. O escândalo provocou a renúncia de 15 deputados, incluindo alguns ministros.

Ao mesmo tempo que os meios de comunicação divulgam detalhes picantes sobre os gastos, o Parlamento aceitou finalmente, como havia exigido a justiça há um ano, revelar a lista oficial dos gastos reembolsáveis autorizados. Mas o documento foi amplamente censurado, oficialmente por motivos de segurança, o que gerou um novo bombardeio de críticas.

O escândalo, e o resultado ruim nas eleições locais e para o Europarlamento no início do mês, também abalam Brown, que sofre pressões para renunciar.

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