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Após seis meses de um debate tão acalorado que ocasionalmente descambou para a troca de socos, a Assembléia Constituinte boliviana finalmente decidiu na quinta-feira suas regras de votação.

O sistema definido prevê que os novos artigos constitucionais sejam aprovados por dois terços dos votos, e os que não obtiverem essa maioria até 2 de julho serão submetidos a um referendo nacional. A nova Constituição como um todo também será submetida a votação popular.

O presidente Evo Morales, primeiro indígena a governar o país, quer uma Constituição que dê mais poderes à maioria indígena, que forma o maior eleitorado do líder esquerdista. Representantes do partido do governo querem reconhecer as religiões indígenas na Carta e reformular o Estado para adequá-lo às tradições indígenas.

Já os representantes do leste do país, onde há maior população branca e maior oposição a Morales, lutam por mais autonomia para suas regiões.

Desde a instalação da Constituinte, em agosto, seus membros pouco fizeram além de debater seu regimento interno. Em pelo menos três ocasiões houve confrontos físicos transmitidos ao vivo pela TV.

A oposição exigia a maioria qualificada de dois terços para a aprovação dos artigos, enquanto os governistas preferiam a maioria simples.

O constituinte governista Roberto Aguilar disse que o acordo mostra que o Movimiento al Socialismo, partido de Morales, ``está disposto a obter o consenso e colocar um fim à estratégia obstrucionista da extrema direita''.

Com o novo sistema, o MAS, que tem estreita maioria entre os 255 constituintes, terá de fazer acordos com pequenos partidos da oposição para aprovar os artigos que desejar.

Morales, um indígena aimará, apresenta a Constituinte como espinha dorsal da sua ``revolução dentro da democracia''. Críticos dizem que essas reformas podem alimentar divisões raciais e regionais no país.

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