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Loja da multinacional Benetton em Havana: nova economia | Creative Commons
Loja da multinacional Benetton em Havana: nova economia| Foto: Creative Commons

A decisão do varejista de alta qualidade Victorinox de abrir uma loja em Havana deixou mui­­tas pessoas surpresas. Quem, em uma Cuba sem dinheiro, seria ca­­paz de bancar os luxuosos ta­­lheres do empório suíço, as bagagens polidas e relógios de precisão? Muita gente, ao que parece.

"Vendemos para turistas da Rús­­sia, China, México e Vene­­zue­­­­la – eles dizem que os preços aqui são menores que em outros países", diz um funcionário da loja, aberta há pouco mais de um ano.

Não é apenas para estrangeiros: um número crescente de cubanos com acesso a dólares também tem recursos para comprar ali.

Alguns obtêm suas receitas em restaurantes geridos pelo se­­tor privado, onde turistas pagam suas refeições com moeda forte. Outros ganham dinheiro graças à generosidade dos parentes que vivem no exterior e enviam di­­nheiro de tempos em tempos.

Em um sinal de que o comunismo está desacelerando, dando lugar para o consumismo, ou­­tras lojas estão se instalando na ilha, com nomes familiares em todo o mundo, como Mango, Benetton e Adidas.

Mesmo as louças mais baratas da Victorinox são caras para a maioria dos cubanos, onde o pagamento mensal – o mesmo para todos os trabalhadores assalariados na ilha comunista – é de cerca de US$ 18 (R$ 30,83) por mês. No entanto, não é impossível para um considerável grupo de cubanos, diz Ariel Terrero, economista, que observa um realinhamento nítido na sociedade cubana.

Terrero, em declarações na televisão estatal na semana passada identificou quatro estratos distintos na sociedade cubana hoje: de renda baixa, média, mé­­dia alta e alta.

Há numerosas razões para o dramático realinhamento da ordem social de Cuba. As reformas do presidente Raúl Castro na metade da década levaram à criação de um espaço para os ne­­gócios privados respirarem um pouco mais, o que aumentou a renda e o consumo de muitas famílias.

Outro fator importante foi a decisão dos EUA, que tornaram um pouco mais fácil para os americanos com parentes em Cuba enviar dinheiro para seus entes queridos na ilha.

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