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Gland, Suíça – Os ecossistemas terrestres estão sendo devastados mais rapidamente do que em qualquer outra época porque a humanidade utiliza recursos naturais numa velocidade maior do que o planeta é capaz de regenerá-los. A conclusão consta do relatório divulgado ontem pelo grupo ambientalista de origem suíça World Wildlife Fund, conhecido pelas iniciais WWF.

Em média, cada ser humano anda consumindo 25% mais recursos naturais do que a capacidade regenerativa da Terra. Nesse ritmo, em 2050 serão necessários dois planetas para assegurar a sobrevivência humana. Segundo o grupo, tal colapso só será evitado com uma redução drástica da utilização desses recursos e do lixo despejado pelo homem na natureza.

Um dos parâmetros usados pela organização para medir o nível de bem estar da Terra é o índice Planeta Vivo, que avalia a biodiversidade com base nas tendências de mais de 3.600 populações de 1.300 espécies vertebradas no mundo.

"Pegada ecológica"

O segundo índice usado pela WWF, a "pegada ecológica", mede a demanda da humanidade sobre a biosfera, ou seja quantos hectares uma pessoa necessita para produzir o que consome por ano. O ponto de equilíbrio entre o consumo e a regeneração dos recursos naturais do planeta seria equivalente a 1,8 hectare anual por pessoa. Porém, o relatório mostra que já consumimos mais que isso para manter os padrões atuais de vida. O consumo médio, ou a "pegada ecológica", foi de 2,2 hectares anuais por pessoa em 2003, quando os dados para o levantamento divulgado ontem foram colhidos.

Com base nesse estudo, a maior "pegada ecológica" é a dos Emirados Árabes Unidos, que consome 12 hectares por pessoa, uma liderança que a nação, onde o consumo de artigos de luxo é altamente valorizado, já detinha em relatórios anteriores.

Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma pegada de 9,6 hectares, seguidos por Finlândia e Canadá (7,6 hectares). Depois vêm Kuwait, Austrália, Estônia, Suécia, Nova Zelândia e Noruega.

O Brasil, apesar de estar entre as quinze maiores economias mundiais, tem um consumo médio per capita próximo da média mundial, o que coloca o país na 58.ª posição do ranking da pegada ecológica. A China encontra-se num patamar intermediário, em 69.º lugar, mas o rápido crescimento econômico indica um papel central na manutenção de um caminho para a sustentabilidade.

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