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Londres - Os advogados do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, irão alegar que ele não pode ser extraditado do Reino Unido para a Suécia, onde é suspeito de ter estuprado uma mulher e molestado sexualmente outra, porque isso facilitaria sua entrega aos EUA. Lá, afirmam, ele estaria sujeito a pena de morte ou a tratamento indigno em uma prisão como Guantánamo.

Os argumentos da defesa fo­­ram divulgados após Assange comparecer perante um juiz em Londres para tratar do processo de sua extradição, pedida pela Sué­­cia. A audiência durou apenas dez minutos. Foram fixadas as datas de 7 e 8 de fevereiro para que se­­jam ouvidos os advogados do ex-hacker e os promotores suecos.

A defesa vai argumentar ainda que o pedido de extradição tem motivação política, influenciada pelos EUA, que querem prender Assange por ele ter revelado papéis sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque e da diplomacia americana.

A questão é que tanto no Reino Unido quanto na Suécia os advogados poderiam lutar pela não extradição para os EUA com base na Convenção Europeia, que proíbe punições cruéis e desumanas, como a pena de morte. Mas isso, claro, não aparece nos papéis da defesa.

Há um acordo entre os países da União Europeia para facilitar os processos de extradição. Ele é baseado na crença de que os sistemas judiciários de todos os membros do bloco são confiáveis e garantem os direitos dos acusados. Mesmo assim, o caso pode se arrastar por meses devido à possibilidade de recursos.

Contra-ataque

O WikiLeaks vai acelerar a publicação de documentos secretos, anunciou ontem o editor-chefe da organização, Julian Assange, prometendo mais revelações baseadas nos telegramas confidenciais norte-americanos e em outros registros.

O WikiLeaks atraiu a atenção internacional quando começou a publicar centenas de telegramas diplomáticos secretos norte-americanas no ano passado. Mas o fluxo das informações vazadas, publicadas pelo The New York Ti­­mes, The Guardian, Der Spie­­gel, Le Monde e pelo El Pais so­­freu redução recentemente em meio a uma série de ataques on-line, dificuldades financeiras e o processo na Suécia contra As­­sange.

O especialista em computação australiano disse que isso vai mudar em breve, na medida em que empresas de comunicação estão se envolvendo com o vazamento dos documentos.

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