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O diretor da Polícia Judiciária (PJ) de Portugal, Alipio Ribeiro, anunciou nesta terça-feira (2) o afastamento de Gonçalo Amaral, coordenador das investigações do caso da menina britânica Madeleine McCann - que desapareceu de um resort em maio deste ano.

Ribeiro confirmou à agência de notícias oficial "Lusa" que tinha adotado essa decisão, sem dar mais explicações.

O afastamento coincide com críticas feitas por Amaral à polícia britânica e que foram publicadas nesta terça-feira na imprensa portuguesa.

Pouco antes, o ministro da Justiça de Portugal, Alberto Costa, tentou aliviar ao dizer que existe "uma cooperação frutífera" entre as polícias portuguesa e britânica que investigam o caso da menina britânica Madeleine McCann, que desapareceu em maio deste ano de um resort no Algarve.

Em uma explosiva entrevista ao jornal lusitano "Diário de Notícias", publicada nesta terça, Amaral disse que "a polícia britânica esteve apenas trabalhando sobre pistas que convêm ao casal McCann", em referência aos pais da criança, Gerry e Kate. Acrescentou ainda que a polícia britânica está investigando pistas oferecidas pelos pais de Madeleine e esquece que estes "são suspeitos da morte da filha".

Já o ministro Costa disse que, por parte da polícia portuguesa, existe a vontade de "aumentar a colaboração" com os britânicos e que o importante é "se concentrar no trabalho e não no comentário" do responsável da Polícia Judiciária.

As declarações do ministro da Justiça português coincidem também com outros comentários do advogado do casal McCann.

O advogado dos pais de Madeleine, Carlos Pinto de Abreu, disse nesta terça que as críticas mútuas entre as polícias portuguesa e britânica "prejudicam as investigações". Ele disse à emissora estatal de rádio "Antena 1" que é preciso abandonar "o chauvinismo" no processo das investigações.

Os investigadores portugueses suspeitam que Kate e Gerry McCann podem estar envolvidos na morte acidental de Madeleine, porque cães especialmente treinados pela polícia britânica detectaram cheiro de cadáver no automóvel, no apartamento e em objetos pessoais relacionados ao casal.

No entanto, os pais - segundo declarações pessoais ou de seus porta-vozes - consideram as acusações um despropósito e dizer ter certeza que a filha foi seqüestrada, e que a polícia não deveria desistir de encontrá-la viva.

150 dias

Madeleine McCann, de 4 anos, completou no último final de semana 150 dias desaparecida. Ela sumiu do quarto em que estava com seus dois irmãos gêmeos, num resort português. No momento de seu desaparecimento, seus pais, os médicos Kate e Gerry MacCann, haviam saído para jantar num restaurante próximo ao local.

O caso ganhou repercussão internacional e jogadores famosos, como David Beckham e Cristiano Ronaldo, fizeram campanha na mídia para que o paradeiro da garota fosse descoberto. O casal McCann foi até o Vaticano falar com o Papa para pedir que ele abençoasse sua filha e orasse para que ela fosse encontrada.

Depois de seguir inúmeras pistas, a polícia portuguesa abriu o leque de investigação. Sangue encontrado no quarto do resort levou os peritos a acreditar que ela pode ter sido morta no local. Em 7 de setembro, os pais também entraram na lista de suspeitos pelo desaparecimento.

Kate e Gerry alegam inocência e insistem que as buscas pela filha não terminem. De volta à Inglaterra, eles contrataram Michael Caplan, o advogado que defendeu em Londres o ex-ditador chileno Augusto Pinochet.

O fundo que criaram para ajudar nas buscas da filha já soma 117 mil euros (pouco mais de R$ 300 mil). Eles se comprometeram a não utilizar esse dinheiro para sua defesa legal.

O caso da fotografia

No final de agosto, uma foto de uma criança que supostamente seria Madeleine foi divulgada pela imprensa. A imagem era de uma menina loira e foi tirada no Marrocos.

Poucos dias depois, um fotógrafo da agência France Press encontrou a suposta Madeleine e sua mãe. E descobriu que ela se chama Bouchra, tem quase três anos e é da cidade de Zinat, perto de Tetuán (no norte do Marrocos). Os pais da garota mostraram sua certidão de nascimento e demais documentos que provam sua identidade e filiação. Depois de descoberta, Bouchra ficou famosa no país.

Campanha no Marrocos

Agora, os pais de Madeleine planejam lançar no Marrcos uma campanha de anúncios na TV que os ajude a encontrar a filha. Apesar de a menina fotografada no país não ser Madeleine, o casal suspeitaa que sua filha possa estar lá.

A campanha dos McCann também será veiculada em Portugal e na Espanha, onde serão espalhados cartazes com a foto da menina em supermercados e em outros lugares, destacou neste domingo (28) o jornal britânico "The Observer".

Brinquedos arrecadados

Amigos e parentes de Madeleine enviarão 2 mil brinquedos para crianças da Bielorússia, informou nesta quinta-feira (27) a rede britânica "BBC". Os objetos foram deixados no memorial da guerra por pessoas da redondeza de Rothley, onde moram os McCann, semanas após o desaparecimento da menina.

Ao longo do verão, os brinquedos foram recolhidos e agora serão mandados para crianças do país do leste europeu e serão embalados para presente com uma foto da garota na parte de fora do pacote.

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