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Chefes de Estado e de governo de 193 países têm nesta sexta-feira (18), em Copenhague, a oportunidade histórica de provar ao mundo o quanto as mudanças climáticas são, mais do que um discurso, uma prioridade política mundial. Depois de dois anos de trabalhos diplomáticos, a 15ª Conferência do Clima (COP-15) das Nações Unidas chega a seu último dia ainda sob ameaça. Apesar de sinais positivos enviados nesta quinta-feira (17) pelos Estados Unidos e por países emergentes, Brasil incluso, há o risco de a criação de um novo protocolo ser adiada em, pelo menos, seis meses.

Nesta quinta-feira, uma maratona de negociações e de encontros bilaterais de ministros e presidentes, além de uma reunião extraordinária entre 25 chefes de Estado, à noite, tentava desatar os nós que impedem, até aqui, um acordo sobre a fixação de metas de redução das emissões de gases-estufa na atmosfera. No último dia, quase nada era consenso. Não há certeza sobre se haverá um Protocolo de Copenhague nem sobre o nível de engajamento dos EUA. O país de Barack Obama é crucial nas negociações porque só com sua presença será possível impedir a elevação da temperatura global em, no máximo, 2°C até 2100 - um cenário que teria efeitos nefastos em ecossistemas de todo o planeta.

Depois de flertar com o colapso total na quarta-feira(16), quando a Dinamarca quase provocou o abandono das negociações pelos países da África, as discussões nesta quinta-feira evoluíram com o anúncio feito pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, de que o país aceita uma linha de financiamento de até US$ 100 bilhões para ações de adaptação e redução das emissões até 2020. "No contexto de um acordo sólido, que envolveria todas as grandes economias em ações significativas de atenuação (do aquecimento) e ofereceria transparência total sobre sua implementação, os Estados Unidos estão prontos a cooperar", afirmou Hillary.

Apesar do sinal positivo, cresceu a chance de que as decisões mais importantes sejam adiadas em seis meses, em razão de atrasos nas negociações e pontos de divergência sobre o documento - como seu valor jurídico como tratado internacional, que permanece em aberto. Diante da possibilidade de fracasso no maior esforço diplomático da história, líderes mundiais se sucederam no plenário da COP-15 clamando por um acordo. "Quaisquer que tenham sido as posições de início, o fracasso nos é absolutamente proibido", afirmou o presidente da França, Nicolas Sarkozy, lembrando a dimensão inédita do evento: "Todos nós teremos contas a prestar à opinião pública mundial".

Nesta quinta-feira, o naufrágio das negociações foi evitado pela vitória simbólica dos países em desenvolvimento (G77) na queda de braço com a Dinamarca, que ameaçava atropelar as negociações e propor um texto unilateral que representaria a virtual morte do Protocolo de Kyoto.

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