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Kim Jong-Il examina outdoor com fotos de prédios recém-construídos na capital norte-coreana. O líder comunista teria autorizado ataque contra ilha sul-coreana, na terça-feira | KCNA/AFP
Kim Jong-Il examina outdoor com fotos de prédios recém-construídos na capital norte-coreana. O líder comunista teria autorizado ataque contra ilha sul-coreana, na terça-feira| Foto: KCNA/AFP

Mediação

Hillary telefona para Pequim

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, falou por telefone hoje com as autoridades de Pequim pouco depois do alerta chinês contra quaisquer ações militares em sua zona econômica exclusiva, em resposta à decisão dos Estados Unidos de enviar um porta-aviões para perto da ilha sul-coreana bombardeada na última terça-feira pela Coreia do Norte.

O chanceler chinês, Yang Jiechi, também conversou com seu colega sul-coreano e com o embaixador da Coreia do Norte em Pequim para discutir a crise. Yang pediu a Seul e Pyongyang moderação e que resolvam seus problemas mediante o diálogo, indicou a agência oficial Xinhua.

"A tarefa urgente agora é que a situação permaneça sob controle, e que não se repitam incidentes similares", disse o chanceler, exortando as duas Coreias a manterem calma e contenção.

A ONU pediu que Pyongyang evite o isolamento. O relator de direitos humanos da organização na região, Marzuki Darusman, nomeado para o cargo em junho, foi impedido de entrar na Coreia do Norte. "A Coreia do Norte não deveria estar isolada em um momento no qual tem mais necessidade de apoio e de cooperação da comunidade internacional", declarou.

O relator pediu ainda que Seul retome o envio de ajuda humanitária ao Norte, interrompido após o ataque, e recordou que em setembro a Cruz Vermelha sul-coreana prometeu enviar uma ajuda de US$ 5 milhões.

  • Moradores da ilha de Yeonpyeong dormem em abrigo antiaéreo

Seul - A Coreia do Norte realizou on­­tem um treino de artilharia, que pôde ser ouvido na ilha sul-coreana de Yeonpyeong, atingida pe­­lo vizinho na terça-feira. Pyong­­yang advertiu que os exercícios militares navais anunciados pela Coreia do Sul e os Estados Unidos aumentam o risco de uma guerra na região. Os treinos militares dos dois aliados começarão no domingo, no Mar Amarelo.

A agência estatal norte-coreana criticou os "imperialistas" nor­­te-americanos e o governo "fantoche" da Coreia do Sul pelos exer­­cícios militares. "A situação na Pe­­nínsula Coreana está chegando mais perto de estar à beira de uma guerra, por causa do irresponsável plano" dos exercícios militares, acusou o regime norte-coreano através da agência.

Não está claro, porém, se Py­­ong­­yang pode tomar alguma me­­dida para atrapalhar o treinamento.

Os militares dos EUA afirmam que o exercício é defensivo e estava planejado bem antes do ataque norte-coreano. Pyongyang afirmou que atacou na terça-feira após ter sido provocada por dis­­paros de Seul, durante um exercício militar. O governo sul-coreano confirmou o exercício na ter­­ça-feira, mas negou que tivesse havido disparos em águas norte-coreanas.

Disparos

O som distante de disparos do la­­do norte-coreano, ontem, fez com que os moradores de Yeon­­pyeong corressem ontem para abrigos antiaéreos. A Coreia do Sul informou que aparentemente tratava-se de um exercício e que não houve disparos em seu território.

O principal comandante dos EUA na Coreia do Sul, general Walter Sharp, visitou Yeon­­py­­eong durante o breve pânico provocado pelo som distante dos disparos norte-coreanos. Ele afirmou que o ataque da terça-feira, que matou dois civis e dois militares e feriu 18 pessoas, foi uma violação ao armistício vigente desde a Guerra da Coreia (1950-53). Os EUA mantém cerca de 28 mil soldados em guarnições permanentes na Coreia do Sul, para proteção do seu aliado, segundo Washington.

"Nós vamos investigar completamente o que aconteceu no Comando das Nações Unidas e instaremos a Coreia do Norte a não escalar as suas ações", afirmou Sharp no local.

O ataque da terça-feira foi também o primeiro a atingir áreas civis na Coreia do Sul desde a guerra. A resposta sul-coreana ao ataque também foi alvo de críticas, o que levou o ministro da De­­fesa, Kim Tae-young, a renunciar na quinta-feira. O substituto dele será assessor de segurança nacional da Coreia do Sul, Lee Hee-won, que foi anunciado on­­tem.

China condena ação militar

O governo da China afirmou ontem que é contrário a qualquer atividade militar na zo­­na econômica exclusiva do país sem sua permissão, in­­for­­mou um porta-voz do Mi­­nistério das Relações Exterio­­res, Hong Lei.

Os comentários foram uma referência ao anúncio de Es­­tados Unidos e Coreia do Sul de um exercício militar conjunto no Mar Amarelo, a oeste da Pe­­nínsula Coreana, inclusive com a participação do porta-aviões USS George Washing­­ton.

O exercício deve começar amanhã e foi anunciado após uma troca de disparos de artilharia entre a Coreia do Norte e Seul na terça-feira. Os governos dos EUA e da Coreia do Sul, porém, afirmam que a atividade já estava marcada anteriormente.

Os comentários do porta-voz chinês são mais duros que os feitos pelo funcionário na quinta-feira, quando ele disse que a China estava preocupada com as informações sobre exercícios mi­­litares. Pequim não disse, po­­rém, que tomará alguma medida específica diante dos exercícios.

No comunicado divulgado no site da chancelaria, Hong também reiterou os pedidos chineses para que todas as partes envolvidas mantenham a calma e au­­men­­tem seus esforços para abrandar a "séria situação", a fim de ga­­rantir a paz e a estabilidade na Península Coreana.

A China é o único aliado importante da Coreia do Nor­­te, e tem pedido calma a todos os lados envolvidos para evitar mais violência. Seul afirma que Pyongyang atacou pri­­mei­­ro, na terça-feira, ma­­tan­­do dois militares e dois civis sul-coreanos. Já o governo nor­­te-coreano alega que apenas reagiu a uma provocação do vizinho, que teria disparado em águas territoriais norte-coreanas du­­rante um exercício militar.

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