• Carregando...

Um alto funcionário norte-coreano advertiu nesta terça-feira (10) que o regime comunista pode disparar um míssil com ogiva nuclear se os Estados Unidos se negarem a fazer concessões, segundo informações das agências de notícias France Presse e Efe.

"Esperamos que a situação se resolva antes que lancemos um míssil com ogiva nuclear. Tudo depende da reação dos Estados Unidos", disse o funcionário norte-coreano não-identificado. As duas agências internacionais atribuíram essas informações à agência de notícias sul-coreana Yonhap.

O funcionário ressaltou que o teste nuclear feito na segunda-feira (9) por Pyongyang é "a expressão de nossa intenção de enfrentar os Estados Unidos numa mesa de negociações".

O governo sul-coreano considerou "autêntico" o teste nuclear, mas disse que ainda não reconhece a Coréia do Norte como uma nova potência nuclear mundial. "Dentro de umas duas semanas" será possível avaliar o êxito do teste, esclareceu Song Min-soon, o principal conselheiro presidencial para a segurança.

"O governo estima que a Coréia do Norte realizou efetivamente um teste nuclear", disse o ministro sul-coreano da unificação, Lee Jong-seok, encarregado das relações intercoreanas.

Numerosos países observaram sinais de um sismo artificial procedente do nordeste da Coréia da Norte, onde aparentemente fica o local do teste, mas não puderam confirmar se se tratava de um teste nuclear.

Os Estados Unidos propuseram nesta segunda (9), em reunião de emergência na ONU, que a Coréia do Norte seja punida pelo teste nuclear que diz ter feito. O pacote punitivo incluiria um embargo total de armas e inspeções internacionais de todos os carregamentos de importação e exportação para a Coréia do Norte, para uma minuciosa checagem à procura de armas de destruição em massa.

Leia aqui detalhes sobre as sanções propostas pelos norte-americanos na ONU.

As principais potências mundiais tentam nesta terça-feira (10) estabelecer uma resposta comum à explosão de teste da primeira bomba atômica norte-coreana e preparava sanções internacionais destinadas a obrigar a Coréia do Norte a voltar à mesa de negociações.

Depois de condenar o teste nuclear norte-coreano, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e o Japão vão se reunir nesta terça-feira em Nova York para continuar discutindo as propostas americana e japonesa de sanções.

Enquanto o governo japonês pede uma resolução "invocando o Capítulo VII" (da Carta da ONU), que prevê entre outras coisas o uso da força, a China se mostrou prudente e se limitou a pedir "medidas apropriadas".

"Toda ação deve conduzir a obter uma Península Coreana desnuclearizada graças a esforços diplomáticos, ao diálogo e às consultas", declarou o porta-voz do ministério de Relações Exteriores chinês, Liu Jianchao.

A China, que continua sendo o principal apoio da Coréia do Norte, nunca foi a favor de sanções contra seu vizinho. No entanto, o porta-voz da chancelaria chinesa afirmou que o ensaio nuclear terá "um impacto negativo" nas relações sino-norte-coreanas.

O Japão, que preside o Conselho de Segurança este mês, "trata de obter uma resposta rápida", reiterou o primeiro-ministro Shinzo Abe, que prometeu que seu país não fabricará a bomba atômica.

O ministro de Relações Exteriores japonês, Taro Aso, informou ao minitro chinês Li Zhaoxing que seu país quer utilizar "o diálogo e a pressão", segundo comunicado da chancelaria.

A Coréia do Sul colocou em estado de alerta seus 650 mil soldados, e o presidente sul-coreano, Roh Moo-hyun, realizou numerosas consultas políticas para preparar a resposta "firme" que prometeu à Coréia do Norte.

O ministro sul-coreano de Defesa, Yoon Kwang-ung, disse que não havia sido detectado qualquer sinal de atividade que possa sugerir novos testes nucleares.

O projeto de resolução da ONU "condena o teste nuclear", "exige o retorno imediato e sem condições prévias da Coréia do Norte às negociações" e "seu regresso ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e às garantias da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]