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Manifestantes protestam contra a colocação das forças armadas da Coreia do Norte em prontidão para o combate, em resposta aos exercícios militares anuais realizados por EUA e Coreia do Sul | Lee Sang-hak / Reuters
Manifestantes protestam contra a colocação das forças armadas da Coreia do Norte em prontidão para o combate, em resposta aos exercícios militares anuais realizados por EUA e Coreia do Sul| Foto: Lee Sang-hak / Reuters

A Coreia do Nortecolocou suas forças armadas em prontidão nesta segunda-feira (9) e ameaçou retaliar contra quem quer que tente impedi-la de realizar o lançamento de um satélite visto por potências regionais como "um teste de míssil disfarçado".

Pyongyang também cortou uma linha militar direta com Seul, o que provocou o fechamento total da fronteira e reteve em território norte-coreano centenas de cidadãos sul-coreanos que trabalham em um polo industrial em Kaesong, na Coreia do Norte.

A advertência desta segunda-feira coincidiu com o início das manobras militares anuais realizadas em conjunto pela Coreia do Sul e pelos Estados Unidos. A Coreia do Norte denuncia as manobras como preparativos de uma invasão.

Na semana passada, Pyongyang advertiu que não poderia garantir a segurança de voos comerciais sul-coreanos que passam perto de seu espaço aéreo durante as manobras militares.

Analistas acreditam que o regime norte-coreano esteja tentando chamar a atenção do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em um momento no qual seu governo formula uma política para a Coreia do Norte.

O governo norte-coreano também informou que está levando adiante um plano para enviar um satélite de comunicações ao espaço. Governos vizinhos consideram o lançamento provocativo e acreditam que Pyongyang estaria tentando acobertar o teste de um míssil de longo alcance capaz de chegar ao Alasca.

Funcionários americanos e japoneses disseram que abateriam o projétil norte-coreano, se necessário, irritando ainda mais Pyongyang.

"Abater nosso satélite lançado com fins pacíficos significará precisamente uma guerra", advertiu o comando militar norte-coreano em declaração divulgada pela agência estatal de notícias do país comunista.

Qualquer interceptação acarretará "uma ação retaliatória justa não apenas contra todos os meios de interceptação envolvidos, mas também contra as fortalezas" de EUA, Japão e Coreia do Sul, dizia a nota.

Num comunicado separado, a Coreia do Norte informou que suas forças armadas estão "em prontidão total de combate".

Stephen Bosworth, enviado especial de Obama à região, pediu à Coreia do Norte que não dispare nenhum míssil.

Won Tae-jae, porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Sul, qualificou as ameaças norte-coreanas como "retórica", mas assegurou que seu país está preparado para lidar com qualquer contingência.

Analistas acreditam que o envio de satélite, ou o disparo de míssil, ocorreria em algum momento entre o fim de março e o início de abril, quando a nova legislatura da Coreia do Norte, eleita no domingo, terá sua primeira sessão que deverá reconfirmar o autocrata Kim Jong Il como líder do país.

Instabilidade

Kim Jong Il foi reeleito por unanimidade pelo parlamento do país no domingo, informou a mídia estatal da Coreia do Norte nesta segunda-feira. A eleição foi observada de perto em busca de sinais de mudanças políticas ou de que o líder autocrático tenha escolhido um sucessor.

Mas nenhum dos três filhos de Kim estava entre os 686 outros legisladores anunciados pela mídia estatal nesta segunda-feira. Relatos indicavam que o filho mais novo de Kim, Kim Jong Un, concorria por uma cadeira no parlamento na eleição de domingo. Isso levou a especulações dos analistas de que o filho mais novo do autocrata estava sendo preparado para herdar o poder.

A eleição no domingo, de partido único, teve o comparecimento de 99,98% dos eleitores, com o eleitorado elegendo apenas um candidato para cada distrito do país, informou a Agência Central de Notícias da Coreia. Kim, com 67 anos, sofreu um derrame e uma cirurgia cerebral em agosto do ano passado, o que aumentou os temores de que a possível morte súbita do autocrata levasse a Coreia do Norte, um país com armas nucleares, à instabilidade. O governo norte-coreano negou que Kim estivesse doente e adiou a eleição do parlamento até março deste ano.

A nova assembleia deverá se reunir no começo de abril e reconfirmar Kim como líder e também dirigente da poderosa Comissão de Defesa Nacional. As informações são da Associated Press.

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