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A Coreia do Norte afirmou nesta quarta-feira (27) que irá cortar a única linha de comunicação militar que mantinha com a Coreia do Sul e que serve para administrar o acesso ao complexo industrial comum de Kaesong, em meio a uma escalada de tensão entre os dois países.

"A partir de agora, serão cortadas as comunicações militares entre o Norte e o Sul", disse a agência estatal norte-coreana KCNA, que cita um oficial do Exército do país.

Segundo a agência, a alta autoridade militar explicou ao Exército sul-coreano que "em uma situação na qual uma guerra pode explodir em qualquer momento não há necessidade de manter comunicações militares".

O oficial explicou que a linha permanecerá desligada enquanto a Coreia do Sul "continuar com seus anacrônicos atos hostis", em uma aparente referência aos exercícios militares que Seul e Washington estão realizando conjuntamente em território sul-coreano.

O governo de Seul não confirmou se a linha está realmente cortada, segundo disse à Agência Efe uma porta-voz do Ministério da Unificação, após explicar que por esta via só se realiza um contato diário, durante a manhã.

Pela linha, Seul notifica Pyongyang do número de pessoas e veículos sul-coreanos que cruzarão a fronteira para chegar ao complexo industrial de Kaesong, projeto conjunto no qual empresas do Sul fabricam produtos em território norte-coreano aproveitando o baixo custo da mão-de-obra local.

Desta forma, se o corte da linha militar for confirmado, o funcionamento do polígono industrial, um dos poucos símbolos da cooperação entre as duas Coreias, poderia ser afetado.

Hoje, 457 sul-coreanos foram para Kaesong para realizar diversos tipos de trabalho, segundo informou o Ministério da Unificação.

Em 11 de março, a Coreia do Norte cortou a linha de comunicação civil entre ambos os governos localizada na fronteiriça aldeia de Panmunjom depois que Coreia do Sul e os EUA iniciaram outro exercício militar, o que deixou a linha militar como única via de contato.

Os cortes de ambas linhas fazem parte da campanha de ameaças praticamente diárias, com elevado tom belicista, que a Coreia do Norte realiza contra Seul e os EUA desde 7 de março, quando a ONU anunciou novas sanções ao regime de Kim Jong-un por seu último teste nuclear.

A Coreia do Norte anunciou ontem que seus mísseis e unidades de artilharia se encontram "em posição de combate" e apontados para alvos nos EUA e Coreia do Sul, o que representa o grau máximo de alerta militar.

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