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O líder norte-coreano, Kim Jong-Un, inspeciona instalações militares perto da fronteira com a Coreia do Sul | KCNA/AFP
O líder norte-coreano, Kim Jong-Un, inspeciona instalações militares perto da fronteira com a Coreia do Sul| Foto: KCNA/AFP

Pressão

Chefe da ONU alerta Pyongyang sobre sanções

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), o sul-coreano Ban Ki-moon, pediu ontem que a Coreia do Norte recon­­sidere o lançamento de um foguete em abril, anunciado por Pyongyang, suspeito de ser um míssil.

Em comunicado, o chefe da organização disse que está "seriamente preocupado" e que o país está sujeito a sanções do Conselho de Segurança da ONU caso decida pela ação militar. A principal restrição proíbe o uso de tecnologia de mísseis balísticos para fazer qualquer tipo de lançamento.

Em abril de 2009, a Coreia do Norte lançou um "satélite", provocando a condenação do Conselho de Segurança da ONU e um reforço das sanções contra Pyongyang.

Na ocasião, o foguete norte-coreano sobrevoou o território japonês e caiu no Oceano Pacífico. Tóquio, com apoio de Washington e Seul, denunciou na época um teste de míssil de longo alcance.

A reação levou a Coreia do Norte a abandonar, em sinal de protesto, as negociações de desarmamento nuclear e a executar um segundo teste nuclear no mês seguinte.

A Coreia do Norte anunciou on­­tem que lançará um foguete para colocar um satélite em órbita. A ação violaria a proibição imposta pela Organização das Nações Uni­­das (ONU) após lançamentos anteriores.

O lançamento, segundo o go­­verno norte-coreano, será entre 12 e 16 abril e marcará o 100.º aniversário de nascimento do líder fundador do país comunista, Kim Il Sung.

Após o surpreendente anúncio, o governo dos EUA disse que não enviará alimentos em troca de concessões do regime comunista em seu programa nuclear. Os governos do Japão, Coreia do Sul e Rússia também reagiram ao anúncio norte-coreano.

A Coreia do Norte concordou recentemente em suspender seus testes de mísseis de longo alcance e suas atividades nucleares, como parte de um acordo com os EUA para receber alimentos em troca. O governo norte-coreano agora argumenta que o lançamento de um satélite é uma atividade pacífica. Mas os EUA, a Coreia do Sul e o Japão afirmam que o desenvolvimento da tecnologia de foguetes se sobrepõe à tecnologia militar, uma vez que mísseis de longo alcance podem ser usados tanto para colocar satélites em órbita quanto para carregar armas nucleares até um alvo.

A porta-voz do Departamento de Estado americano, Victoria Nuland, disse que Washington agora tem "graves preocupações" a respeito do acordo fechado em 29 de fevereiro com Pyongyang. Com o acordo, a Coreia do norte concordou em suspender suas atividades nu­­cleares e declarar uma moratória nos testes de mísseis, em troca de 240 mil toneladas de alimentos.

O Japão e a Rússia fizeram um apelo ao governo norte-coreano para que desista de lançar o satélite. "Nós pedimos a Pyong­­yang que não se oponha à comunidade internacional", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em comunicado.

Conforme um porta-voz do Co­­mitê Norte-Coreano de Tecnologia Espacial, o foguete Unha-3 irá lançar um satélite de observação da Terra conhecido como Kwang­­myong­­song-3. Segundo a agência estatal de notícias, esses satélites são indispensáveis para o desenvolvimento econômico do país e estão em linha com a política de uso pacífico do espaço.

A Coreia do Norte explodiu sua primeira bomba atômica em 2006. Os cientistas ocidentais acreditam que o país deva ter plutônio suficiente para produzir entre 4 e 8 bombas atômicas rudimentares.

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