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A Coréia do Norte disse no sábado que o Japão não precisa se incomodar em comparecer às negociações multilaterais sobre programas nucleares, já que Tóquio se recusa a reconhecer o país comunista como um Estado com armas nucleares.

``Não há necessidade de o Japão participar (nas negociações) como uma delegação local porque eles não são mais do que um estado dos Estados Unidos. É suficiente que Tóquio apenas seja informado dos resultados das negociações por Washington'', disse o ministro das Relações Exteriores da Coréia do Norte em um comunicado no sábado.

A resistência do Japão em aceitar a Coréia do Norte como uma potência nuclear quando as negociações foram retomadas neste ano provaram que eles são ``imbecis políticos incapazes de julgar as tendências da situação'', disse o comunicado divulgado pela agência de notícias estatal da Coréia do Norte.

A Coréia do Norte concordou na terça-feira em retomar as negociações envolvendo as duas Coréias, Japão, China, Rússia e os Estados Unidos após desprezá-los por um ano em protesto à retaliação econômica dos Estados Unidos.

A Coréia do Norte conduziu seu primeiro teste nuclear em 9 de outubro e agora refere-se a si mesma como ``um Estado com armas nucleares responsável.''

``É inaceitável que a Coréia do Norte retorne às negociações com as seis nações sob a premissa de que se tornou um Estado com armas nucleares'', disse o ministro das Relações Exteriores japonês, Noriyuko Shikata, no sábado.

Ajuda e segurança

Uma autoridade do governo da Coréia do Sul disse ser ''ridículo'' afirmar que o objetivo das negociações mudou desde que um acordo foi alcançado em setembro de 2005, sob o qual a Coréia do Norte iria se desfazer de seu programa nuclear em troca de garantias de ajuda e segurança.

Mas alguns analistas dizem que o teste nuclear de Pyongyang e o acordo para a retomada das negociações três semanas depois podem marcar o início da tentativa norte-coreana de transformar as negociações multilaterais em uma negociação bilateral de redução de armas com os Estados Unidos.

A Coréia do Norte mantém relações hostis com o Japão devido ao sequestro de pelo menos 13 japoneses nos anos 70 e 80 e critica o Japão por levantar a questão durante as negociações multilaterais.

Tóquio tem implementado as sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) impostas após a Coréia lançar mísseis balísticos em julho e se mobiliza para aplicar medidas adicionais da ONU após Pyongyang ter conduzido seu teste nuclear.

A segunda maior autoridade coreana disse na sexta-feira que o país concordou em retornar às negociações para não envergonhar os Estados Unidos com o impasse e, agora, é a vez de os Estados Unidos mostrarem boa-fé e suspender os obstáculos financeiros.

``O resultado das negociações entre as seis nações depende da atitude dos Estados Unidos'', disse o presidente da assembléia da Coréia do Norte, Kim Yong-nam, à delegação do Partido Trabalhista Democrático da Coréia do Norte, em visita a Pyongyang.

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