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O ditador norte-coreano, Kim Jong Un, inspecionando a frota do Mar do Leste da Marinha do Exército do Povo Coreano (KPA)
O ditador norte-coreano, Kim Jong Un, inspecionando a frota do Mar do Leste da Marinha do Exército do Povo Coreano (KPA)| Foto: EFE/EPA/KCNA

O regime da Coreia do Norte anunciou nesta terça-feira (21), por meio da agência de notícias do país KCNA, que colocou em órbita com sucesso um satélite espião militar chamado Malligyong-1. O lançamento foi supervisionado pelo ditador do país, Kim Jong-un, que afirmou que o satélite “melhorará a capacidade bélica” dos norte-coreanos diante das “ameaças” de seus rivais. O regime também disse que planeja lançar mais satélites espiões no futuro.

O lançamento foi condenado pelos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, que o consideraram uma “violação flagrante” das sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) e uma “grave ameaça à segurança regional e global”. A ONU proíbe a Coreia do Norte de realizar lançamentos de satélites, alegando que se trata de “disfarces para testes de tecnologia de mísseis”.

O satélite espião foi transportado por um foguete que sobrevoou águas internacionais na costa oeste da península coreana e depois a ilha japonesa de Okinawa, em direção ao oceano Pacífico. O governo japonês emitiu um alerta de mísseis para Okinawa, pedindo aos moradores que se refugiassem em locais seguros.

O satélite espião é um dos ativos militares cobiçados por Kim Jong-un, que quer “modernizar” seus sistemas de armas para enfrentar o que ele chama de “escalada das ameaças dos Estados Unidos”. A Coreia do Norte tentou lançar um satélite espião em duas ocasiões anteriores neste ano, mas ambos os lançamentos fracassaram devido a problemas técnicos.

Autoridades sul-coreanas disseram que a demora para os norte-coreanos lançarem um novo satélite ocorreu provavelmente por causa da espera deles pela ajuda tecnológica da Rússia, que deve estar sendo utilizada no programa de lançamento de satélites espiões do país neste momento. A Coreia do Norte e a Rússia, dois adversários dos Estados Unidos cada vez mais isolados no mundo, têm feito grandes esforços para ampliar suas relações nos últimos meses.

Em setembro, Kim viajou ao extremo oriente russo para se reunir com o presidente Vladimir Putin e visitar instalações militares russas, o que gerou intensas especulações sobre um acordo de armas entre os dois países. O suposto acordo envolve o fornecimento de armas convencionais pela Coreia do Norte para reabastecer os estoques de munição da Rússia esgotados em sua guerra com a Ucrânia. Em troca, o regime de Pyongyang busca ajuda russa para aprimorar seus programas nucleares e outros programas militares.

Durante a visita de Kim à Rússia, Putin declarou à mídia estatal que seu país "ajudaria" a Coreia do Norte a construir satélites, afirmando que o ditador norte-coreano "mostra grande interesse pela tecnologia de foguetes".

Desde o ano passado, a Coreia do Norte realizou uma centena de testes de mísseis em uma tentativa de estabelecer um arsenal confiável de armas nucleares voltadas para os Estados Unidos e seus aliados. Em resposta, os Estados Unidos e a Coreia do Sul ampliaram seus exercícios militares periódicos, que incluem meios estratégicos americanos, como bombardeiros de longo alcance, um submarino nuclear e porta-aviões.

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