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São Paulo – A semana foi de intensos esforços diplomáticos, mas a comunidade internacional ainda não tem certeza se a Coréia do Norte vai realizar outros testes nucleares ou vai retomar a negociação sobre o assunto, após as sanções impostas pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Um alto funcionário do governo japonês afirmou ontem à agência de notícias Kyodo que Tóquio e Washington acreditam que a Coréia do Norte não mudou de idéia em relação ao seu programa nuclear, apesar das declarações do líder do país, Kim Jong-Il, relatadas nos últimos dias pelo representante chinês enviado à Coréia do Norte, Tang Jiaxuan.

Tang disse que Kim negou a intenção de fazer novos testes. "Ele expressou claramente que não havia planos para conduzir um novo teste nuclear", afirmou o diplomata.

A China – tradicional aliada do país – expressou otimismo, dizendo que iria convencer a Coréia do Norte a desistir de suas ambições nucleares e retomar as conversas. O presidente chinês, Hu Jintao, enviou uma equipe de diplomatas a Pyongyang no início da semana após as especulações de que o país pretendia detonar uma segunda bomba nuclear.

De acordo com Tang, Kim disse que uma das "instruções no leito de morte" que recebeu de seu pai, o presidente Kim Il-sung, que morreu em 1994, foi que "cumprisse com o objetivo da desnuclearização da península coreana". No entanto, Kim afirmou que "prestará muita atenção na resposta que será dada pelos Estados Unidos" e reivindicou neste sentido a suspensão das sanções que a Casa Branca impôs há um ano a instituições financeiras ligadas à Coréia do Norte por suposta lavagem de dinheiro e falsificação de dólares para a compra de tecnologia de destruição em massa.

Negociações

As conversas, que incluem as duas Coréias, os Estados Unidos, o Japão, a Rússia e a China, estão suspensas desde que os EUA impuseram restrições econômicas a Pyongang.

Em coletiva de imprensa ao lado da Condoleezza Rice, secretária de Estado americana que encerrou ontem, em Moscou, uma viagem destinada a formar uma frente contra a Coréia do Norte, o ministro chinês pediu "calma" e uma solução diplomática para a crise. Durante a coletiva, Rice afirmou que o teste nuclear norte-coreano foi "uma grave provocação", que ameaça a paz e a estabilidade, principalmente na Ásia.

A China diz estar comprometida em cumprir seus compromissos com a comunidade internacional, mas o premiê Wen Jiabao reiterou que Pequim dá preferência à via diplomática. "É interesse de todas as partes que se resolva a questão nuclear norte-coreana por meio da diplomacia e do diálogo. Não vejo outra alternativa", afirmou.

O líder da Coréia do Norte, Kim Jong-Il, em comunicado divulgado ontem, alertou que um novo teste dependerá da política que será implementada pelos Estados Unidos em relação ao seu país. O governo de Washington tem argumentado que as restrições financeiras não teriam ligação com as negociações.

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