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A Coréia do Norte, que no mês passado desafiou a comunidade internacional ao disparar mísseis em um teste, pode estar preparando, agora, o seu primeiro teste de uma bomba nuclear, disse a imprensa norte-americana com base em informações de autoridades do governo dos Estados Unidos.

Analistas disseram nesta sexta-feira que a Coréia do Norte pode tentar ameaças mais extremas para forçar a comunidade internacional, e sobretudo Washington, a oferecer concessões ao pobre e isolado Estado comunista.

O ministro sul-coreano responsável pelas relações com o norte se mostrou cético sobre a veracidade dos relatos na imprensa, e autoridades americanas disseram à Reuters não haver provas de um plano do gênero.

Na quinta-feira, a rede ABC News citou um importante oficial do Exército americano que afirmou que a agência de inteligência dos EUA havia observado movimentação suspeita de veículos numa localidade onde, suspeita-se, seriam realizados testes.

Uma alta autoridade do Departamento de Estado dos EUA, que também não foi identificada, disse à ABC News: "A opinião da comunidade de inteligência é a de que um teste é uma possibilidade real".

Os testes de mísseis de 5 de julho foram vistos menos como uma exibição de força militar e mais como uma repetição da tática norte-coreana de chamar a atenção internacional. O país comunista estaria tentando conseguir negociações diretas com os EUA, esforços que fracassaram até agora.

Pyongyang acusa Washington de tentar derrubar seu governo por meio de uma ofensiva à sua economia. O país quer que isso acabe antes de voltar às negociações internacionais sobre seu programa de armas nucleares.

Os EUA se recusam a encerrar o bloqueio ao país, medidas que, dizem os analistas, provocam dificuldades reais para a liderança de Pyongyang. O governo de George W. Bush também se nega a dialogar diretamente com a Coréia do Norte, paralelamente as negociações sobre o programa nuclear de que participam seis países.

O diálogo, que reúne as duas Coréias, China, Japão, Rússia e EUA, está parado desde novembro.

- Seria um pesadelo para a China se isso acontecesse. Isso significaria que os esforços nas negociações dos seis países nos últimos três anos não teriam resultado em nada - disse Zhu Feng, diretor do programa de Segurança Internacional da Universidade de Pequim.

A vizinha China é o principal aliado da Coréia do Norte. Autoridades do Japão e da China se negaram a fazer comentários sobre a reportagem da ABC News.

Já o ministro para a Unificação sul-coreano, Lee Jong-seok, disse a uma comissão parlamentar:

- Nunca ouvi que alguém já tenha encontrado provas de preparativos para um teste nuclear.

Uma alta autoridade dos EUA também declarou:

- Não temos nenhuma prova nova para sustentar isso.

A Coréia do Norte tem trabalhado no desenvolvimento de armas nucleares há anos. O país provavelmente possui tecnologia para construir uma bomba e suficiente material físsil para pelo menos seis a oito ogivas nuclear, dizem especialistas em proliferação nuclear. Eles destacam, porém, que ninguém sabe se Pyongyang já construiu ou não uma bomba atômica. Em fevereiro de 2005, a Coréia do Norte se declarou uma potência nuclear, sem porém ter testado nenhuma bomba.

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