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O Japão precisa, adotando medidas concretas, responsabilizar-se pelas atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial, afirmou na quinta-feira o presidente da Coréia do Sul, Roh Moo-hyun, acrescentando que esse seria um fator fundamental para melhorar as relações entre os dois países.

Roh, em um discurso proferido para lembrar o levante de 1919 realizado pelos coreanos contra o domínio colonial japonês, afirmou que a comunidade internacional não tinha esquecido as agressões cometidas pelo Japão durante a guerra.

``Ele (o Japão) pode tentar tampar o Sol com a peneira, mas é possível afirmar uma vez mais que a comunidade internacional não perdoa as atrocidades cometidas pelo Japão imperial'', disse o dirigente sul-coreano.

Os japoneses colonizaram a península coreana de 1910 até serem derrotados na Segunda Guerra Mundial, em 1945. Ex-primeiros-ministros do Japão pediram desculpas pelo passado colonialista do país, mas Roh disse que o governo japonês não adotou as medidas concretas necessárias para expressar esse sentimento.

O presidente citou os relatos apresentados por três mulheres transformadas em escravas sexuais pelo Japão durante a guerra. As três testemunharam diante do Congresso dos EUA, no mês passado.

Duas coreanas e uma australiana nascida na Holanda rejeitaram o pedido de desculpas do Japão, que consideraram ofensivo, e disseram que os esforços do governo japonês para minorar a dor delas haviam sido insuficientes porque não se fizeram acompanhar por ofertas de indenização.

O Japão reconheceu em 1993 que o governo do país era parcialmente responsável pelo programa de bordéis implantado durante o período de guerra. O país, mais tarde, criou um Fundo para as Mulheres da Ásia e divulgou um pedido de desculpas.

Das vítimas, mais de 280 aceitaram indenizações de 20 mil dólares saídos daquele fundo e receberam um pedido de desculpas vindo diretamente do primeiro-ministro do Japão.

Mas parlamentares japoneses ligados ao partido governista devem enfurecer novamente a Coréia do Sul ao pedirem que trechos do pedido de desculpa sejam menos enfáticos. O atual porta-voz do governo do Japão, Yasuhisa Shiozaki, disse na quinta-feira que o pedido não seria alterado.

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