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A Coreia do Sul estendeu a mão à rival Coreia do Norte nesta quinta-feira, quase três semanas depois da morte do dirigente norte-coreano Kim Jong-il, dizendo-se disposta a retomar o diálogo apesar das sarcásticas ameaças feitas pelo Norte contra o país vizinho.

"Estamos abertos ao diálogo com a Coreia do Norte", disse o chanceler Kim Sung-Hwan a jornalistas. "A bola está agora na quadra da Coreia do Norte."

Ele afirmou que a Coreia do Norte aparentemente ainda não decidiu qual será "sua postura ao lidar com o mundo exterior", e que a prioridade do "Grande Sucessor" de Kim Jong-il, seu filho Kim Jong-un, por enquanto parece ser impor sua autoridade aos militares. Mas o chanceler ressalvou que a Coreia do Sul não está "em posição de dizer o que está acontecendo na Coreia do Norte", que tem um dos regimes mais misteriosos do mundo.

O Norte fechou suas fronteiras desde a morte de Kim, mas autoridades sul-coreanas dizem que aparentemente não há turbulências no país. "Até agora, parece que não há grandes problemas (no processo sucessório)", disse o ministro sul-coreano da Unificação, Yu Woo-ik, em outra entrevista coletiva.

Desde o solene funeral de Kim, na semana passada, o Norte retomou sua habitual retórica belicosa contra o Sul, criticando o presidente conservador sul-coreano, Lee Myung-bak, por não declarar luto pela morte do líder compatriota.

Na quinta-feira, o jornal norte-coreano Rodong Sinmun disse que será impossível melhorar as relações intercoreanas enquanto "o grupo de traidores de Lee Myung Bak continuar no cargo".

Lee irritou a Coreia do Norte ao interromper a ajuda econômica quando da sua posse, em 2008. Ele insiste que o Norte deve abrir mão de armas nucleares e promover reformas econômicas, como pré-condição para a retomada da ajuda alimentar e de contatos políticos.

O secretário-assistente de Estado dos EUA para o Leste da Ásia, Kurt Campbell, disse a jornalistas em Seul que um componente essencial de qualquer diálogo entre seu país e a Coreia do Norte seria a melhora nas relações intercoreanas.

Campbell, em sua primeira visita à região desde a morte de Kim, pediu também que a China, principal aliada do Norte, "deixe clara a importância de moderação por parte da nova liderança norte-coreana".

Analistas dizem que Kim Jong-un poderia provocar um incidente militar ou realizar testes de mísseis e armas nucleares para consolidar suas credenciais de líder militar.

Uma negociação multilateral que previa benefícios econômicos e políticos para o Norte em troca do fim do seu programa nuclear foi abandonada pelos norte-coreanos em 2008. O processo envolvia EUA, China, Rússia, Japão e as duas Coreias.

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