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Passageira usa máscara de proteção no Aeroporto Sky Harbor, em Phoenix, nos Estados Unidos.
Passageira usa máscara de proteção no Aeroporto Sky Harbor, em Phoenix, nos Estados Unidos.| Foto: AFP

Pesquisadores chineses afirmam que a medida de quarentena em massa imposta pelo governo chinês com o objetivo de frear a propagação do coronavírus no país pode ter mudado seu curso genético. Com isso, o microorganismo se tornaria mais “traiçoeiro” e difícil de detectar. A mutação resultaria em sintomas mais leves da doença ou até mesmo nenhum sintoma no estágio inicial da infecção. As informações são do jornal chinês South China Morning Post.

O especialista em sistema respiratório Zhang Zhan, do Hospital RenMin, da Universidade de Wuhan, afirma, em artigo científico, que ele e seus colegas perceberam que as características clínicas iniciais dos pacientes que deram entrada no hospital após 23 de janeiro eram diferentes dos pacientes que foram internados antes, trazendo novos desafios diagnósticos. Sintomas como febre, fadiga, apatia e dores musculares foram mais proeminentes naqueles internados antes.

Segundo o médico, apesar de os sintomas iniciais terem se apresentado de forma mais leve após a imposição da quarentena, não houve evidências de que a transmissão do coronavírus tivesse enfraquecido. Isso poderia ser uma característica de mutação.

Leia também: Maioria das infecções por coronavírus ocorre quando transmissor ainda não tem sintomas

Outro estudo, coordenado por pesquisadores da Universidade de Pequim e da Academia Chinesa de Ciências, publicado no último dia 3, chegou a uma conclusão parecida. Foram analisados dados da sequência genética do coronavírus de 103 amostras, tanto de pacientes da China quanto de outros países. A conclusão é de que o vírus dos primeiros casos, registrados em Wuhan, pode ter evoluído para duas linhagens concorrentes, sendo uma mais recente e mais “agressiva”. Eles atribuem a mudança às quarentenas em massa.

Um terceiro estudo, desenvolvido no Centro Provincial de Controle e Prevenção de Doenças de Hubei, também constatou, a partir da análise de 146 amostras, que o vírus se dividiu em dois tipos principais, o que teria ocorrido após a imposição da quarentena pelas autoridades chinesas.

É preciso, contudo, analisar esses estudos com cautela, vez que pontos importantes do vírus ainda não são conhecidos, como seu comportamento em temperaturas mais quentes. A análise de uma maior amostragem do vírus também traria mais segurança aos resultados.

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