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O corpo do ex-ditador chileno Augusto Pinochetfoi transferido na madrugada desta segunda-feira de um hospital de Santiago para a Escola Militar, onde está sendo velado com honras de ex-comandante do Exército, mas sem honras de ex-chefe de Estado.

Manifestações e conflitos após o anúncio da morte de Pinochet levaram à prisão de 99 pessoas em Santiago. Além disso, 43 policiais ficaram feridos na capital chilena. Houvem também choques em Valparaíso, cidade natal do ex-governante.

O corpo de Pinochet, vestido com um traje azul, foi levado minutos antes de 1h (2h, horário de Brasília) até uma porta lateral da Escola Militar. Centenas de simpatizantes que aguardavam na porta principal não conseguiram ver a chegada.

O caixão do ex-governante foi posto no hall central da escola, sendo guardado por quatro cadetes. Sobre ele, há uma bandeira do Chile e o uniforme de ex-comandante do Exército. Os visitantes podem ver o rosto de Pinochet, que está protegido por um vidro. Milhares de pessoas cantam enquanto esperam, do lado de fora da escola, a oportunidade de dar o último adeus ao ex-ditador.

Antes da abertura à visitação, a família participou de uma oração comandada pelo cardeal Francisco Javier Errázuriz. Duas missas estão programadas para esta segunda-feira.

Com velas, fotos, flores e bandeiras, os seguidores de Pinochet esperaram por horas pela chegada dos restos do ex-ditador.

"Obrigada por dar sua vida ao Chile, meu general" e "Adeus meu grande general Pinochet'' eram algumas das faixas que se liam na área, em um dos acessos da escola, que tornou-se uma espécie de altar improvisado.

Pinochet morreu no domingo, aos 91 anos, de falha cardíaca múltipla no Hospital Militar de Santiago . Ele estava rodeado pela família, uma semana depois de sofrer um enfarto.

A Justiça jamais pôde condená-lo pelos assassinatos políticos cometidos durante seu mandato, entre 1973 e 1990.

O governo não decretou luto oficial. O funeral que se realizará na Escola Militar contará somente com honras por ele ter sido chefe do Exército.

O Exército comunicou que desde às 10h (horário local) desta segunda-feira se realizarão missas por Pinochet no local.

Milhares de partidários devem comparecer ao velório de Pinochet, cujos restos serão cremados.

Durante a ditadura de Pinochet, cerca de 3 mil pessoas morreram ou desapareceram, e outras 28 mil sofreram torturas, incluindo a atual presidente, Michelle Bachelet, e sua mãe, Angela Jeria. O Chile fez parte da Operação Condor, montada nos anos 70 em conjunto por regimes ditatoriais da América do Sul para caçar esquerdistas.

Bachelet não assistirá ao funeral de Pinochet, ao qual comparecerá a ministra da Defesa, Vivianne Blanlot.

Na terça-feira, haverá uma missa no pátio da Escola Militar e depois disso haverá uma cerimônia com as honras fúnebres.

Depois da morte do ex-ditador, as manifestações na rua tiveram momentos de confronto entre a polícia e os opositores de Pinochet. Carros chegaram a ser incendiados.

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