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Filho de Zilda Arns falou que a médica estava em uma igreja que desmoronou com o terremoto

Vida dedicada à saúde pública

Nascida em 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha (Santa Catarina), Zilda Arns Neumann morava em Curitiba desde os 10 anos de idade, quando se mudou com a família. Deixou cinco filhos e dez netos.

Formada em Medicina, escolheu o caminho da saúde pública desde cedo. Trabalhou inicialmente como pediatra do Hospital de Crianças Cezar Pernetta, na capital paranaense, e posteriormente como diretora de Saúde Materno-Infantil, da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná.

Em 1980, foi convidada a coordenar a campanha de vacinação Sabin para combater a primeira epidemia de poliomielite, que começou em União da Vitória, no Paraná.

Em 1983, a pedido da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), criou a Pastoral da Criança com Dom Geraldo Majela Agnello, cardeal e arcebispo primaz do Brasil, que na época era arcebispo de Londrina. Em 27 anos de trabalho, a Pastoral conta com a ajuda de mais de 260 mil voluntários e atende quase 2 milhões de gestantes e crianças menores de seis anos e 1,4 milhão de famílias pobres, em 4.063 municípios brasileiros.

Em 2008, mais de 1,9 milhão de gestantes e crianças menores seis anos e 1,4 milhão de famílias pobres foram acompanhados pela ONG em 4.063 municípios brasileiros. Ao todo, a Pastoral conta com mais de 260 mil voluntários que levam conhecimentos sobre saúde, nutrição, educação e cidadania para as comunidades mais pobres.

No ano de 2004, também a pedido da CNBB, fundou a Pastoral da Pessoa Idosa que atende 129 mil idosos acompanhados, todos os meses, por 14 mil voluntários.

Reconhecida nacionalmente e internacionalmente pelo trabalho que realizava, Zilda Arns era cidadã honorária de 10 estados e 35 municípios. Recebeu títulos de doutor honoris causa de cinco universidades: Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Universidade Federal do Paraná, Universidade do Extremo-Sul Catarinense de Criciúma, Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade do Sul de Santa Catarina.

Entre os prêmios que recebeu ao longo da carreira estão o Woodrow Wilson, da Woodrow Wilson Fundation, em 2007; o Opus Prize, da Opus Prize Foundation (EUA); Heroína da Saúde Pública das Américas (OPAS/2002); 1º Prêmio Direitos Humanos (USP/2000); Personalidade Brasileira de Destaque no Trabalho em Prol da Saúde da Criança (Unicef/1988); Prêmio Humanitário (Lions Club Internacional/1997) e Prêmio Internacional em Administração Sanitária (OPAS/ 1994). Em 2006, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz.

  • Pastoral atende quase 2 milhões de gestantes e crianças menores de seis anos
  • Zilda Arns com índios yanomamis em Roraima
  • Zilda Arns em missão no Timor Leste
  • Zilda recebe o prêmio da ordem do pinheiro pelo seu brilhante trabalho
  • Coordenadora Nacional da Pastoral da Crianca, indicada para o Premio Nobel da paz 2001
  • Dia de pesagem das crianças na paróqui Sagrado Coração / 2005
  • A irmã Rosângela Altoé viajou para o Haiti com Zilda Arns. Ela sobreviveu ao terremoto
  • Dona Zilda: ideias marcaram os jovens repórteres da Gazetinha.
  • Ouça a nota de falecimento divulgada pela Pastoral da Criança

O corpo da médica pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, deve chegar por volta das 10 horas de sexta-feira (15) em Curitiba. Do Aeroporto Internacional Afonso Pena, o corpo seguirá diretamente para o Palácio das Araucárias, sede do governo estadual, no Centro Cívico, onde ocorrerá o velório.

A previsão era de que o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com o corpo da médica deixasse Porto Príncipe, no Haiti, por volta das 20 horas desta quinta-feira (14), no horário de Brasília. Antes de seguir para o Paraná, a aeronave vai pousar na capital federal - com chegada prevista às 3 horas - para os preparativos do corpo. O avião deve deixar Brasília por volta das 8 horas e o pouso no Afonso Pena está programado para às 10 horas. De acordo com a coordenação da Pastoral da Criança, o velório será aberto ao público logo após a chegada do corpo no Palácio das Araucárias e todas as pessoas poderão prestar sua última homenagem à médica.

Missa e sepultamento

O velório seguirá durante todo o dia até o sábado (16). Está programada para às 14 horas a missa de corpo presente no mesmo local do velório. Após a celebração haverá o sepultamento no Cemitério da Água Verde, em cerimônia restrita aos familiares.

Trânsito

Será montado um esquema especial de trânsito na região do Centro Cívico para o velório. Agentes da Diretoria de Trânsito (Diretran) da Urbanização de Curitiba S.A (Urbs) e do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) estarão de plantão para controlar o movimento.

Dois cruzamentos serão bloqueados. O primeiro é a esquina das ruas Papa João XXIII e Prefeito Ernani Santiago de Oliveira. O segundo é o cruzamento da Conselheiro Raul Viana e Professor Benedito Nicolau dos Santos. O fechamento começa assim que o corpo da médica chegar. Flores

Em nota, a família de Zilda Arns agradeceu todas as manifestações e palavras de conforto e solidariedade. Segundo os familiares, seria o desejo dela que no lugar de coroas de flores, fossem feitas doações para o trabalho da Pastoral da Criança. Quem quiser fazer contribuições deve acessar o site www.pastoraldacrianca.org.br.

Presenças confirmadas

O gabinete da Presidência da República confirmou a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no velório de Zilda Arns. Lula embarca nesta quinta-feira (14) para São Luís (MA), de onde retorna na sexta. Em vez de voltar para Brasília, o presidente deverá voar diretamente para Curitiba. De acordo com a Pastoral, o governado de São Paulo, José Serra, também confirmou presença.

Devem acompanhar o velório, ainda, Dom Geraldo Magella Agnelo, Cardeal Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, co-fundador da Pastoral da Criança, Dom Geraldo Lyrio Rocha, Arcebispo de Mariana (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos Brasil (CNBB), Dom Aldo Di Cillo Pagotto, Arcebispo da Paraíba e presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Criança, Dom José Antonio Peruzzo, Bispo de Palmas e Francisco Beltrão (PR) e presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Pessoa Idosa, Dom Leonardo Ulrich Steiner, Bispo de São Félix do Araguaia (MT), primo de Zilda Arns e Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo de Franca (SP), representando Dom Paulo Evaristo Arns, impossibilitado de comparecer por motivos de saúde.

Tragédia

Zilda morreu na terça-feira (12), aos 75 anos, vítima do forte terremoto que abalou o Haiti. A informação foi divulgada na manhã de quarta pelo gabinete do senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda, e confirmada pelo gabinete da presidência da República.

A médica havia chegado em Porto Príncipe no último domingo (10) para um encontro com bispos e realizaria, às 10h desta quarta-feira, uma palestra sobre a Pastoral da Criança na Conferência Nacional dos Religiosos do Caribe. Na quinta-feira, teria um encontro com representantes de ONGs. A viagem de volta ao Brasil estava prevista para esta sexta-feira (15).

No momento do tremor, Zilda estava reunida com religiosos e lideranças comunitárias em uma igreja local. Segundo o senador Flávio Arns, ela havia acabado de proferir um discurso para cerca de 150 pessoas e conversava com um sacerdote, que queria mais informações sobre o trabalho da Pastoral da Criança. "De repente, começou o tremor. O padre que estava conversando com ela, deu um passo para o lado e a Dra. Zilda recuou um passo e foi atingida diretamente na cabeça, quando o teto desabou. Ela morreu na hora", relatou Arns em nota enviada à Pastoral.

Ainda segundo o texto, a médica não ficou completamente soterrada. "O resto do corpo não sofreu ferimentos, somente a cabeça foi atingida. O sacerdote que conversava com ela sobreviveu". O senador conta ainda que outros quinze sacerdotes que estavam próximos a ela também morreram.

Além dos religiosos, um militar brasileiro que fazia a tradução do discurso da médica para o francês também entrou em óbito. O corpo de Zilda foi encontrado pela embaixatriz do Brasil em Porto Príncipe, Roseana Teresa Aben-Athar Kipman. Segundo relato de diplomatas brasileiros que acompanham a tragédia causada pelo terremoto de 7 graus na Escala Richter no Haiti, o corpo estava sob os escombros da sede de um projeto humanitário, cuja laje desabou.

A irmã Rosângela Altoé, que viajou para o Haiti para acompanhar Zilda Arns, está bem e aguarda um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para retornar para Curitiba. Rosângela falou nesta quarta-feira pela manhã por telefone com a irmã Lurdes Maria Moser. "Ela ligou por volta de 10h da manhã. Foi um alívio ouvir a voz dela. Graças a Deus ela está viva e bem", disse. A ligação foi curta, explica Lurdes, porque havia muitas pessoas esperando na fila para ligar para os familiares no Brasil. "Aqui está muito triste. Muitas pessoas perderam a vida", disse.

Rosângela Altoé tem 56 anos e nasceu no Espírito Santo, mas há um ano morava e trabalhava na capital paranaense.

Luto Oficial

O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), que está em Brasília, decretou luto oficial de três dias no estado pela morte da amiga. "Grande perda para o Brasil e dor para os amigos", disse o governador.

O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), que está em Washington (EUA), também comentou a morte de Zilda no microblog. "Não existe sensação de perda maior. A humanidade perde com a ausência dela", escreveu Richa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte de Zilda Arns, segundo o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim. "O presidente estava absolutamente chocado, lamentou muito. (Zilda) é uma pessoa de grande projeção no País", afirmou Amorim.

Veja no mapa a localização de Porto Príncipe, capital do Haiti

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