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O candidato à reeleição Rafael Correa acena para correligionários na cidade de Guayaquil | Rodrigo Buendia/AFP
O candidato à reeleição Rafael Correa acena para correligionários na cidade de Guayaquil| Foto: Rodrigo Buendia/AFP

Quito - O presidente Rafael Correa conquistou um novo mandato – é isso que apontavam ontem pesquisas de boca de urna. Uma sondagem da empresa Santiago Pérez, contratada pelo governo e por empresas privadas, dava como certo que 56% dos equatorianos teriam votado em Correa, enquanto 29% teriam apoiado o ex-presidente Lucio Gutiérrez. O resultado define a disputa já no primeiro turno. O Instituto Cedatos–Gallup International indica que Correa obteve 55,2% dos votos.

Se o presidente do Ecuador não conseguisse a maioria absoluta, ou 40% dos votos com uma diferença de 10% sobre o segundo colocado, haveria uma nova eleição, prevista para 14 de junho – hipótese praticamente descartada diante das notícias veiculadas por canais de televisão do Equador na noite de ontem. Uma vez reeleito, Correa pode disputar um outro mandato, de quatro anos, em 2013 – é o que a nova Constituição, aprovada ano passado, prevê.

Correa, socialista de estilo próprio, iniciou um mandato de quatro anos em janeiro de 2007. Analistas e cientistas políticos, no entanto, questionam até onde vai o "socialismo do século 21 equatoriano". E, também, o quanto o seu projeto de fato se aproxima do modelo venezuelano.

Correa seguiu a cartilha de Chávez na ampliação de seu controle sobre o Estado. Eleito em 2007, após uma década em que o Equador teve dez presidentes, ganhou popularidade com uma fórmula que combina investimentos sociais, nacionalizações e um discurso contra bancos, "oligarquias" e "ameaças à soberania do Equador". "Medidas como decretar a moratória e expulsar a Odebrecht do país agradaram à população", diz Felipe Burbano, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais.

Em 2007, após eleger 70% da Assembleia Constituinte, Correa exigiu o fechamento do Congresso. Também obteve a aprovação da nova Carta, que permite a reeleição presidencial e a dissolução do Legislativo pelo Executivo. "Como Chávez, Correa rejeita os partidos e prefere um contato direto com a população", diz Burbano. "Após as eleições, será grande a tentação para que ele avance em direção a uma maior concentração de poder e autoritarismo."

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