O presidente do Equador, Rafael Correa, está em conflito com a mídia do país desde que assumiu o poder, há cinco anos. No fim de fevereiro, ele perdoou três executivos e um colunista do El Universo, um dos principais jornais do país, que haviam sido condenados a três anos de prisão e multados em US$ 42 milhões em um processo por calúnia aberto pelo presidente. Mas Correa afirma que isso não foi uma trégua. Ele continua irritado com o que considera ser uma ditadura da mídia.
"Estamos travando uma batalha", disse Correa em uma entrevista recente no palácio presidencial. Ao comparar sua campanha contra a mídia jornalística ao fechamento ordenado por Abraham Lincoln de jornais que simpatizavam com o Sul durante a guerra civil americana, ele disse que está tentando combater diretamente os ricos, que, há gerações, exercem poder econômico e político no país.
"Parte desse poder vem da mídia, que pertence às elites que destruíram a América Latina", disse.
"Modelo Chávez"
A campanha televisionada de Correa contra a imprensa, assim como seus processos contra jornalistas e uma nova lei que poderia reprimir a cobertura das eleições, levam a comparações com o presidente Hugo Chávez, da Venezuela, que fechou canais de tevê e estações de rádio que apresentavam coberturas desfavoráveis ao governo.
"A luta por liberdade de expressão no Equador, assim como na Venezuela, é movida por um esforço de concentração de poder e de intimidação e acossamento de críticos, que são apresentados como promotores de mentiras", diz José Miguel Vivanco, diretor executivo para as Américas do Human Rights Watch.
A preocupação mais recente dos jornalistas equatorianos é um novo Código Eleitoral que proíbe qualquer meio de comunicação de divulgar material que favoreça um candidato em detrimento de outro. Isso impediria que jornais e outros meios apoiassem candidatos específicos.
Segundo Correa, nos Estados Unidos existem meios de comunicação liberais e conservadores, que criam um equilíbrio. "Aqui, não há ninguém que fale pelos pobres", argumenta.
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