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Lee Myung-bak, ex-presidente da Coreia do Sul, chega ao Escritório do Ministério Público do Distrito Central de Seul, em  março de 2018 | SeongJoon Cho/Bloomberg
Lee Myung-bak, ex-presidente da Coreia do Sul, chega ao Escritório do Ministério Público do Distrito Central de Seul, em março de 2018| Foto: SeongJoon Cho/Bloomberg

O ex-presidente sul-coreano Lee Myung-bak, 76, foi condenado a 15 anos de prisão por corrupção, além de ser multado em 13 bilhões de won (US$ 11,5 milhões). Ele é o mais recente de uma série de ex-líderes do país que enfrentaram acusações semelhantes depois de deixar o cargo. 

Lee, político conservador e ex-executivo da Hyundai, serviu como presidente entre 2008 e 2013, quando a maioria dos crimes ocorreu. Sua  sucessora, Park Geun-hye, foi condenada a 25 anos de prisão em agosto, em outro escândalo de corrupção, depois de ter sido afastada do cargo no ano passado, após meses de protestos da população. 

Lee foi condenado por receber milhões de dólares em subornos de empresas e também por usar uma empresa privada de autopeças como um canal para desviar mais de US$ 21 milhões. 

Lee não estava presente no veredicto por problemas de saúde, segundo seu advogado. Ele já havia negado as acusações, afirmando que elas tinham motivação política e reveladas pelo governo liberal atual do presidente Moon Jae-in

A Coreia do Sul passou de uma ditadura militar para uma democracia no final dos anos 80, mas seu sistema político continua a ser minado pela corrupção de alto nível e conluio entre a elite política e o poderoso setor empresarial. Uma sucessão de presidentes prometeu fortalecer a batalha contra a corrupção, mas depois acabavam envolvidos em escândalos eles mesmos, membros de suas famílias ou principais assessores. 

Enquanto estava no cargo, o governo de Lee iniciou uma investigação sobre o ex-presidente liberal Roh Moo-hyun em 2009, que Roh se suicidou depois disso. Lee alega que o caso contra ele é um ato de vingança de Moon, que era chefe de gabinete de Roh. Moon refutou as acusações. 

Delitos

Lee foi considerado culpado de uma série de delitos, incluindo a venda de um perdão presidencial ao presidente da Samsung, Lee Kun-hee (que havia sido condenado por evasão fiscal),  desvio de dinheiro da agência de inteligência do país e por aceitar subornos em troca de favores a empresários. 

Ironicamente, a Coreia do Sul pontua relativamente bem em rankings internacionais de corrupção nos níveis mais baixos da sociedade, em contraste com outros países asiáticos, segundo Kim Geo-sung, ex-chefe da agência de combate à corrupção Transparência Internacional. 

"Há pouca corrupção no nível inferior", disse ele. "Mas é totalmente diferente nos níveis mais altos de poder. Os políticos tomam decisões muito ruins". 

Moon venceu a eleição do ano passado com a promessa de erradicar a corrupção entre as elites políticas e empresariais e propôs a revisão da constituição para, entre outras coisas, reduzir o poder do presidente sobre o judiciário e o poder do presidente de conceder perdões especiais . Mas sua tentativa de aprovar uma emenda constitucional foi bloqueada por legisladores conservadores. 

Dois outros ex-presidentes, Chun Doo-hwan e Roh Tae-woo, ambos ex-generais do exército, foram condenados por corrupção e outras ofensas em 1997, embora ambos tenham sido perdoados no mesmo ano.

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