• Carregando...
Obama contornou uma situação que poderia ser desastrosa para seu futuro político | Jim Young/Reuters
Obama contornou uma situação que poderia ser desastrosa para seu futuro político| Foto: Jim Young/Reuters

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e líderes congressistas fecharam um acordo de última hora na noite de sexta-feira em torno de um corte de cerca de US$ 38 bilhões no orçamento deste ano e evitaram o que seria a primeira paralisação das atividades administrativas do governo norte-americano em 15 anos.

Obama classificou o acordo, fechado quando faltava cerca de uma hora para o deadline da meia-noite, como o "maior corte anual de despesas da história". O principal negociador dos republicanos na Câmara dos Deputados, John Boehner, afirmou que, na próxima década, as despesas do governo serão reduzidas em até US$ 500 bilhões. "Isso que fizemos é histórico", disse o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid.

Eles anunciaram o acordo menos de uma hora antes de o acesso a recursos públicos do governo ser bloqueado. A paralisação das atividades administrativas do governo levaria ao fechamento dos parques nacionais e de outros serviços públicos, com exceção dos militares de plantão e de outras atividades essenciais, como a de controle do tráfego aéreo.

Em meio à mais acirrada disputa entre os democratas e os ressurgentes republicanos que controlam a Câmara, Obama alertou que uma paralisação do governo poderia abalar a recuperação econômica ao deixar sem trabalho os funcionários públicos. Os riscos políticos de uma paralisação – que afetaria um número estimado de 800 mil trabalhadores – eram enormes antes das eleições presidenciais e parlamentares do próximo ano. Os republicanos foram os mais responsabilizados pela inatividade anterior que ocorreu durante a presidência de Bill Clinton, mas não havia nenhuma garantia de que isso não poderia acontecer novamente.

Desde que assumiram o controle da Câmara dos Deputados em janeiro, os republicanos prometeram reduzir os gastos públicos, que eles consideram sem controle, e diminuir o déficit federal. Os democratas acusam os republicanos de defender cortes em serviços governamentais vitais e de promover uma agenda social.

Os democratas e a Casa Branca rejeitaram inúmeras tentativas republicanas de restringir o alcance da Agência de Proteção Ambiental e negar verbas federais para a área Planned Parenthood, que abriga programas de planejamento familiar e outros serviços de assistência médica para as mulheres, como abortos sob certas circunstâncias. Parlamentares contrários ao aborto conseguiram aprovar uma disposição que suspende o uso de fundos governamentais locais e federais para pagamento de abortos no distrito de Washington.

Antes do esgotamento do prazo final, os parlamentares trabalharam para passar um pacto temporário para evitar uma paralisação ainda que breve da máquina federal nos próximos dias. O Senado agiu em poucos minutos e os integrantes da Câmara foram convocados para a sessão na sequência. O acordo foi estabelecido após seis semanas cansativas de debates.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]