A América Latina se tornou o principal novo mercado para as exportações de armas da Rússia, que no ano passado aumentou suas vendas para a região, o que suscitou temores relacionados a uma corrida armamentista na região envolvendo, inclusive, o Brasil. Os números estão no relatório do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), divulgado ontem, em Londres.
O documento destaca a Venezuela como maior parceira militar dos russos na região. Na esteira dos esforços venezuelanos para ampliar seu poderio bélico, o Brasil, segundo o levantamento, também lançou um "ambicioso programa de modernização militar", para o qual aumentou o seu orçamento no setor para US$ 29,7 bilhões em 2009, ou 1,7% de seu Produto Interno Bruto (PIB).
"A tendência de crescimento das vendas de armas da Rússia para a região parece destinada a se manter", afirmou o IISS em seu "Military Balance 2010", um estudo anual sobre a capacidade militar e os gastos de defesa de 170 países do mundo.
O relatório indica que a Rússia segundo maior fornecedor mundial de armas em 2008, com entregas totais estimadas em 5,4 bilhões de dólares assinou contratos com Brasil, Venezuela, Peru, México e Colômbia, e negocia atualmente outros acordos com Bolívia, Uruguai e Equador. A penetração russa se deve em parte às limitações às vendas de armas impostas pelos Estados Unidos a vários países, como a Venezuela, por considerar que não cooperam o suficiente na luta contra o terrorismo.
A Venezuela adquiriu nos últimos anos equipamentos militares no valor de US$ 4 bilhões.
No total, os gastos de defesa dos países da América Latina e do Caribe chegaram aos US$ 58,04 bilhões em 2008 (1,35% do PIB), contra US$ 39,07 bilhões dois anos antes.
Serviço
O relatório "Military Balance 2010" pode ser obtido no site www.iiss.org (o texto está em inglês).
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