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Cresceu nesta quarta-feira (17) a pressão para que o regime sírio decrete cessar-fogo unilateral durante o feriado de Eid El Adha, uma das principais festas do calendário islâmico, que começa na semana que vem. Já dura 19 meses o conflito entre as tropas oficiais e os rebeldes que lutam pela deposição do ditador Bashar Assad.

Nas últimas horas, tanto o governo turco, um dos maiores críticos de Assad, quanto o iraniano, um de seus maiores apoiadores, respaldaram a ideia, proposta pelo mediador da ONU e da Liga Árabe para o confronto, Lakhdar Brahimi.

O regime afirmou, por meio da edição de hoje do jornal estatal "Al Thawra", que a proposta é falha porque os rebeldes não estão suficientemente organizados para fazer com que todos respeitem o cessar-fogo do feriado. "De um lado, há o Estado, representado pelo governo e pelo Exército, mas e do outro lado, quem está?", perguntou o jornal em seu editorial.

Cerca de 30 mil pessoas já foram mortas no confronto entre os rebeldes -na maioria muçulmanos sunitas- e o ditador, alauita. Conforme Brahimi, há temor de que o confronto ganhe contornos sectários e se espalhe pelo Oriente Médio. "Essa crise não pode permanecer dentro das fronteiras sírias indefinidamente. Ou ela é tratada ou ela aumenta", afirmou durante visita a Beirute.

De acordo com dados da ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos, baseado no Reino Unido, ao menos 90 pessoas foram mortas hoje. Ontem teriam sido 150.O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, também se pronunciou, segundo informações da agência oficial Irna. "É claro que a guerra não pode ser uma solução aceitável, e qualquer grupo que busca o poder por meio da guerra e quer continuar a guerra não tem futuro", disse Ahmadinejad a jornalistas depois de uma conferência no Kwait.

"Todos que são amigos do povo sírio deveriam tentar firmar bases para eleições livres no país. O cessar-fogo e as negociações para eleições são, ao meu ver, o caminho correto para a resolução."O premiê turco, Ahmet Davutoglu, confirmou, em Ancara, que conversou a respeito da proposta com o colega iraniano e que os dois concordaram com ela.

Turquia, Egito e Arábia Saudita já declararam abertamente apoio aos rebeldes, enquanto o Irã oferece ajuda a seu principal aliado na região, o regime de Assad.

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