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A Rússia manteve nesta quinta-feira (17) seu apoio ao presidente da Síria, Bashar al Assad, enquanto países ocidentais aumentaram a pressão contra a repressão do governo local às manifestações pró-democracia. A Liga Árabe suspendeu a Síria e deu até o final da semana para que o governo de Assad acate um plano regional destinado a acabar com a violência, que segundo a ONU já causou mais de 3.500 mortes. Sergei Lavrov, chanceler da Rússia (um dos últimos países ainda aliados de Assad), disse que a pressão pela renúncia do presidente destruirá a iniciativa árabe, que prevê um diálogo entre o governo e a oposição. "Se alguns representantes da oposição, com apoio de alguns países estrangeiros, declaram que esse diálogo só pode começar depois que o presidente Assad sair, então a iniciativa da Liga Árabe perde seu valor e significado", disse Lavrov. Ele fez essas declarações após se reunir com a chefe da política externa da União Europeia, Catherine Ashton, que defendeu a máxima pressão mundial possível sobre Assad. "O futuro da Síria agora depende da habilidade de todos nós para mantermos a pressão sobre eles, para que vejam que há uma necessidade de parar essa violência, ouvir as pessoas e encontrar um caminho para seguir em frente", disse Ashton em entrevista coletiva em Moscou. Lavrov disse anteriormente que um ataque realizado na quarta-feira (16) por militares desertores contra um complexo de inteligência da Força Aérea, nos arredores de Damasco, "já é completamente semelhante a uma verdadeira guerra civil". Fontes da oposição disseram que 20 policiais morreram ou ficaram feridos no ataque, o primeiro desse tipo em oito meses de rebelião popular contra Assad. Não foi possível verificar o número de baixas. As autoridades sírias não mencionaram o ataque. Desde março a imprensa estrangeira foi expulsa do país.

Moradores do subúrbio de Harasta, onde ocorreu o ataque, disseram que os rebeldes dispararam granadas de propulsão e metralhadoras durante dez minutos, e que cerca de 70 pessoas foram detidas em retaliação. A Síria diz estar enfrentando grupos terroristas patrocinados pelo exterior, e afirma já ter perdido mais de 1.100 policiais e soldados. A violência na Síria, parte da onda regional de protestos conhecida como Primavera Árabe, irrita governos árabes e ocidentais, cujas críticas a Assad já motivaram vários ataques a missões diplomáticas em Damasco e outras cidades nesta semana. A imprensa estatal disse que as autoridades prometeram punir os responsáveis por essas ações. Também na quinta-feira, a França disse estar estimulando grupos oposicionistas sírios, entre eles o Conselho Nacional Sírio, com sede em Paris, mas que continua sendo contra uma intervenção militar estrangeira.

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