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Seguidores do governo sandinista da Nicarágua iniciaram protestos contra as tentativas da oposição de impedir a reeleição do presidente Daniel Ortega no ano que vem, numa onda de tensão que preocupa empresas e o governo dos Estados Unidos.

Parlamentares da oposição acusam Ortega de transformar a Nicarágua em uma ditadura ao estilo cubano, e dizem ter votos suficientes no Congresso para derrubar uma decisão de 2009 da Suprema Corte, onde os sandinistas são maioria, que suspendeu o veto à reeleição presidencial.

Seguidores de Ortega foram às ruas na semana passada, num reinício dos protestos esporádicos no país centro-americano. Nas últimas manifestações, alguns atacaram a Assembleia Nacional, quebrando vidraças.

Manifestantes queimaram dois carros pertencentes a membros da oposição e atiraram pedras e rojões num hotel onde parlamentares se reuniam, ferindo um repórter da TV pública.

O líder oposicionista Eduardo Montealegre, que é parlamentar, pediu que os dois lados evitem a violência. "Acho que devemos conversar pelo bem do país. A violência é inaceitável", disse ele.

A Constituição impediria que Ortega disputasse um segundo mandato consecutivo de cinco anos, mas a Suprema Corte atendeu ao seu pedido para revogar a regra. Analistas alertam para uma crise constitucional se o Congresso e o Judiciário não se entenderem sobre quem deve decidir sobre o assunto.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) se disse "profundamente preocupada" com os protestos, e os Estados Unidos pediram ao governo da Nicarágua que "tome medidas para acabar com a violência das massas, e que a polícia garanta a segurança de todos os nicaraguenses", disse P.J. Crowley, porta-voz do Departamento de Estado.

O Departamento de Estado norte-americano tem alertado que a reeleição de Ortega ameaçaria a democracia no país. No ano passado, o presidente da vizinha Honduras, Manuel Zelaya, foi deposto ao tentar convocar um referendo para autorizá-lo a disputar um novo mandato.

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