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Manifestantes em Chicago simulam ataque a cristãos que vivem no Iraque | Scott Olson/AFP
Manifestantes em Chicago simulam ataque a cristãos que vivem no Iraque| Foto: Scott Olson/AFP

Reação

Vaticano critica governo

Horas depois de mais um ataque contra cristãos no Iraque, o secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone, criticou ontem o governo iraquiano por, segundo ele, não proteger os católicos no país. Bertone pediu que autoridades levem a questão em consideração. Mais cedo, mais de dez explosões em bairros de maioria cristã em Bagdá deixaram pelo menos três mortos .

"Os bispos lamentam que o governo de Bagdá não proteja os cristãos. É um problema que já discutimos com as autoridades iraquianas e esperamos que sejam tomadas medidas", disse Bertone.

Para o secretário de Estado do Vaticano, os ataques a cristãos também são um problema em outros países, como o Paquistão.

"Estamos refletindo sobre este grande problema da perseguição aos cristãos, sobre este sofrimento indizível da comunidade cristã espalhada no mundo, neste momento sobretudo no Iraque, mas também em outros países, como o Paquistão", afirmou

Bagdá - Ataques contra cristãos mataram pelo menos três pessoas e dei­­­­xaram dezenas de feridos en­­tre ter­­­ça-feira e ontem em Bagdá, ca­­pital do Iraque. Os atentados com bombas e morteiros ocorrem dez dias após a invasão de uma igreja católica, com saldo de 52 mortos.

A minoria cristã teme que in­­surgentes muçulmanos sunitas estejam tentando expulsá-los do país e reabrir o conflito sectário iraquiano. Muitos já falam em fugir do país, que vive sob tensão política desde as inconclusivas eleições de março, que causam disputas entre sunitas, xiitas e cur­­dos pela formação do novo governo.

Bombas e granadas de morteiros explodiram em mais de 12 ataques contra alvos cristãos em Bagdá entre a noite de terça-feira e a madrugada de ontem, segundo autoridades. Uma fonte policial disse que havia três mortos e 37 feridos; outra fonte, do Mi­­nistério do Interior, falou em quatro mortos e 33 feridos. Ambas pediram anonimato.

Antecedentes

No último dia 31, 52 pessoas, en­­tre reféns e policiais, foram mortas durante a invasão da catedral de Nossa Senhora da Salvação, no centro de Bagdá. Depois disso, o governo prometeu dar mais segurança aos cristãos. Dois dias após o incidente, uma série de explosões em bairros xiitas da cidade deixou pelo menos 63 mortos.

A funcionária pública cristã que vive no Acampamento Sara, Um Noora, de 46 anos, diz que ficou aterrorizada e está pensando em emigrar.

"Todo o meu corpo está tremendo. Não fui trabalhar on­­tem. Não deixei que minha filha fosse para a universidade. Não sa­­bemos qual é o nosso destino, eles podem nos atacar a qualquer mo­­mento, só Deus sabe."

O patriarca Delly disse acreditar que os insurgentes estão tentando expulsar os cristãos do Ira­­que. "O Iraque é o nosso amado país, e os muçulmanos são nossos ir­­mãos, então por que estão fa­­­zendo isso? Por que estão nos al­­vejando?".

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