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A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, negou nesta segunda-feira (7) que tenha sido ofensivo um anúncio publicitário gravado nas Ilhas Malvinas por um atleta de seu país e afirmou que é "agravante depredar os recursos naturais, se apoderar do que não é seu e ignorar resoluções das Nações Unidas".

Em um ato na sede do Governo, Cristina fez referência a um recente "spot" feito no arquipélago pelo jogador de hóquei Fernando Zylberberg visando os próximos Jogos Olímpicos de Londres, que despertou polêmica no Reino Unido.

"Para competir em solo inglês treinamos em solo argentino", diz o anúncio após mostrar o atleta em sua rotina frente às fachadas de vários estabelecimentos das ilhas, como "Globe Tavern" e o jornal "Penguin News".

"Alguns ficaram ofendidos por um filme que reflete os sentimentos dos argentinos e que em nada é agravante. Agravante é depredar os recursos naturais, se apoderar do que não é seu e ignorar resoluções das Nações Unidas", disse.

A chefe de Estado disse que a Argentina não teve a intenção de provocar com o anúncio, como é uma provocação, segundo considerou, enviar um destróier ao Atlântico sul e se apoderar do petróleo e dos recursos argentinos.

"Nada nem ninguém nos fará sair de nossa política e fundamentalmente de nossas palavras e nossas atitudes. Atitudes que têm a ver com estar sempre dispostos ao diálogo", comentou.

Cristina afirmou que a criatividade "não pode ser condenada, mas deve ser aplaudida", ainda mais quando "reflete a verdade e os sentimentos dos argentinos".

"Até os ingleses muitas vezes precisam da inteligência e da criatividade dos argentinos para fazer coisas interessantes", completou após felicitar o criador do anúncio.

O aviso gerou críticas no Reino Unido, como do ministro de Relações Exteriores, William Hague, que disse à imprensa de seu país que o spot responde a uma "manobra" para "compensar alguns contratempos diplomáticos" da Argentina nas últimas semanas.

A iniciativa do Governo argentino coincide com um aumento da tensão entre o Reino Unido e a Argentina no 30º aniversário da guerra que os países enfrentaram pela soberania das Ilhas Malvinas e que deixou cerca de 900 mortos e terminou com a derrota da Argentina.

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