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O ex-presidente e candidato a deputado nacional Néstor Kirchner não consegue disparar nas pesquisas de intenção de voto do seu principal opositor, o magnata Francisco De Narváez, o que deixa em aberto o desfecho das eleições legislativas na Argentina no domingo, nas quais o governo da presidente Cristina Fernández de Kirchner arrisca a maioria que possui no Congresso.

A seis dias das eleições, os principais institutos de pesquisas coincidem sobre as intenções de voto. Na província de Buenos Aires, o distrito eleitoral mais importante do país, a maioria das pesquisas atribui a Néstor Kirchner uma vantagem entre dois e cinco pontos porcentuais sobre De Narváez, o que está dentro da margem de erro. Os votos da província de Buenos Aires e da capital argentina respondem por quase metade do eleitorado.

A empresa de pesquisas Poliarquia Consultores é a única que projeta uma vitória da oposição na província de Buenos Aires: suas sondagens indicam que De Narváez, líder da uma coalizão de direita à qual também aderiram peronistas opositores, está com 32,5% das intenções de voto.

Kirchner, da Frente para a Vitória - como se identifica a facção kirchnerista dentro do Partido Justicialista (peronista) está em segundo lugar com 30% das intenções de voto.

A pesquisa entrevistou 1.200 pessoas na província de Buenos Aires e tem margem de erro de 2,9 pontos porcentuais.

Funcionários do governo argentino minimizaram a importância das pesquisas da Poliarquia, ao dizer que elas são simplesmente "uma operação política" maquinada para derrubar o apoio a Kirchner. Segundo eles, pesquisas do governo mostram que Kirchner está na frente.

No resto do país, existe consenso que a aliança de Kirchner perderá representatividade em comparação às eleições legislativas de 2005 e também em comparação às eleições presidenciais de 2007, nas quais Cristina Kirchner venceu com mais de 40% dos votos.

Nas eleições de domingo, a Argentina renovará a metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado. Em ambas as casas a maioria de governo está em jogo.

Consciente de que a batalha estava perdida em outros distritos eleitorais importantes como a cidade de Buenos Aires e as províncias de Santa Fe e Entre Ríos, o casal Kirchner concentrou todas as suas forças na província de Buenos Aires, na qual estão em jogo 20 cadeiras na Câmara.

O ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) encabeça a lista de candidatos da aliança, que também conta com o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, e o chefe do gabinete de ministros, Sergio Massa. Ainda não está claro se estes dois últimos assumirão as cadeiras que disputam no caso de conquistá-las.

"Não tenham dúvidas de que foi feito muito e falta muito mais para fazer, mas vamos nos lembrar de onde partimos. Temos que seguir em frente", disse Kirchner nesta segunda-feira, em um discurso no qual acusou De Narváez de representar o que existe de pior no "neoliberalismo" da década de 1990.

Para o analista político Luis Tonelli, uma eventual derrota do kirchnerismo não complicaria os dois anos de governo que ainda restam à presidente Cristina, se a economia continuar a caminhar com ventos favoráveis.

"Não sou tão catastrófico se o governo não vencer as eleições. A perda de deputados e senadores não é importante porque poderão ser feitos acordos. Aqui o grande eleitor é a economia. Já em um cenário de dificuldade econômica, é difícil para qualquer um governar", disse Tonelli à AP.

As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

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