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A vice-presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, durante a sessão de abertura do ano parlamentar, no Congresso Nacional em Buenos Aires, no dia 1º de março de 2023.
A vice-presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, durante a sessão de abertura do ano parlamentar, no Congresso Nacional em Buenos Aires, no dia 1º de março de 2023.| Foto: EFE / Juan Ignacio Roncoroni

A vice-presidente da Argentina, a esquerdista Cristina Kirchner, pediu nesta quinta-feira (25) "união nacional" para "deixar de lado" o programa acertado entre o governo do país e o Fundo Monetário Internacional (FMI), considerando que, nos termos atuais, "será impossível" pagar a dívida com a instituição.

"Se não conseguirmos que o programa que o FMI impõe a todos os seus devedores seja posto de lado e nos permita elaborar nosso próprio programa de crescimento, industrialização e inovação tecnológica, será impossível pagá-lo, não importa o que digam", disse a ex-presidente (2007-2015) e atual vice a milhares de pessoas reunidas na Praça de Maio, em Buenos Aires.

Cristina Kirchner foi a principal oradora em um evento para marcar o 20º aniversário da posse de seu marido, o falecido Néstor Kirchner (2003-2007), como presidente do país — foi antecessor dela no governo. Também estiveram presentes o ministro da Economia, Sergio Massa, e os principais líderes do "núcleo duro" do kirchnerismo.

Durante seu discurso, a ex-presidente garantiu que o crédito concedido pelo FMI ao governo do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019) em 2018 foi "um empréstimo político" e, portanto, deve ser redefinido por meio da "política".

"Eles acham que vão poder pagá-lo apenas com commodities. E não esqueçam, porque as commodities também acabam regulando os fluxos financeiros e sempre acomodam você para que você continue devendo. A união nacional é essencial diante disso. Foi um empréstimo político, e a política também deve ser a solução", enfatizou.

Desequilíbrio fiscal

Em março de 2022, o governo do atual presidente, Alberto Fernández, assinou um acordo com o FMI para refinanciar cerca de US$ 45 bilhões emprestados pela instituição, por meio de um programa de facilidades estendidas que inclui metas de disciplina fiscal, acúmulo de reservas monetárias e limites de emissão de moeda.

Até o momento, houve quatro revisões trimestrais do acordo, e o país está enfrentando graves desequilíbrios fiscais, exacerbados por uma seca que atingiu o setor agrícola e dificultou o cumprimento dessas metas.

De fato, ambas as partes estão discutindo atualmente os termos do acordo, em conversas que o FMI descreveu como "construtivas".

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