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Buenos Aires - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Buenos Aires no início da noite de ontem para uma visita que dura até quinta-feira. Durante esse período, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, deve pedir sua ajuda para promover a participação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) na próxima Cúpula do G20 (grupo de países mais ricos e principais emergentes).

Cristina explicará a Lula que a preservação dos empregos em seu país é a principal estratégia de seu governo na crise mundial. Esse será o argumento central para defender as barreiras comerciais impostas nos últimos meses e que afeta mais de 10% da pauta exportadora do Brasil.

"Pedirei a Lula que me acompanhe para que na próxima reunião do G20, em setembro, participem formalmente, com voz ativa, os trabalhadores e os empresários, para discutir os caminhos para se sair da crise", anunciou na última terça-feira, à imprensa local, após encerrar um seminário da OIT em Buenos Aires.

O discurso dos funcionários de seu governo está afinado em torno da defesa das barreiras como arma de preservação de emprego e um dos principais assuntos da agenda dos dois presidentes está relacionado aos problemas comerciais.

Queda

Ao contrário da visita que Cristina fez a São Paulo, há cerca de um mês, quando a crise no comércio bilateral foi um tema proibido para não gerar mais suscetibilidades entre os empresários durante sua estada a convite da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), a presença de Lula em solo argentino será usada para discutir a queda de 50% do fluxo comercial entre os dois sócios.

"Foram preparados relatórios detalhados de cada um dos setores com problemas, os quais serão entregues aos dois presidentes amanhã", disse o subsecretário de Integração Econômica do Ministério de Relações Exteriores da Argentina, Eduardo Sigal.

Segundo ele, "o que é preciso averiguar nos números é se o retrocesso foi produto da crise internacional ou de desvio de comércio" (se o Brasil ou a Argentina, ou ambos, deram lugar à importação de produtos de terceiros países).

Para o principal negociador argentino, o secretário de Relações Econômicas Internacionais, Alfredo Chiaradía, o problema "é que o comércio mundial retrocedeu e é natural que o bilateral, neste contexto, também o faça".

Os detalhes dessas discussões, no entanto, não serão parte da conversa de Cristina e Lula. As negociações continuarão nas mãos dos técnicos e dos setores empresariais de ambos os países, que já realizaram duas reuniões para tentar negociar um limite para os volumes exportados do Brasil para a Argentina dos produtos considerados sensíveis. Um novo encontro empresarial foi marcado para o fim deste mês, em Buenos Aires.

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