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Broches vendidos na porta do hospital com fotos de Cristina e Nestor Kirchner | Marcos Brindicci / Reuters
Broches vendidos na porta do hospital com fotos de Cristina e Nestor Kirchner| Foto: Marcos Brindicci / Reuters

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, se recupera bem após uma cirurgia de três horas e meia, realizada ontem para a remoção de um câncer na tireoide. O procedimento ocorreu sem complicações e todos os seus sinais vitais eram bons, anunciou seu porta-voz Alfredo Scoccimarro.

Os médicos haviam previsto uma cirurgia de rotina e a cura completa sem quimioterapia, já que exames pré-operatórios mostraram que o câncer não havia se espalhado além do nódulo, localizado do lado direito da tireoide. O vice-presidente Amado Boudou assumiu o cargo pouco antes da cirurgia e vai permanecer no comando do país por mais 20 dias, durante a licença médica de Cristina. Boudou, que foi ministro da Economia de Cristina, deve trabalhar em conjunto com outros ministros.

A chefe de Estado, de 58 anos, descobriu que tinha um carcinoma papilífero da tireoide logo após o início de seu segundo mandato, no mês passado. A cirurgia, realizada no Hospital Austral, no subúrbio de Pilar, ao norte da capital, foi comandada pelo doutor Pedro Saco, veterano oncologista argentino que é especialista em câncer na cabeça e no pescoço.

Especialistas dizem que a remoção da tireoide é uma rotina, embora o processo não seja imune a riscos. Os cirurgiões devem tomar cuidado para não danificar um nervo próximo que é ligado às cordas vocais ou remover a paratireoide, que regula o fornecimento de cálcio no organismo.

No geral, os pacientes devem relaxar o pescoço após a intervenção cirúrgica. Rouquidão temporária é comum e, em casos raros, a voz pode mudar. De acordo com informações do Instituto Nacio­­nal de Saúde dos Estados Unidos, os pacientes também devem ingerir iodo radioativo por vários dias para destruir o câncer que possa ter permanecido e permitir a obtenção de imagens claras para a detecção de outros tumores.

O médico de Cristina Kirchner disse que o tumor não apresentou metástases nem se espalhou além do nódulo, mas a doutora Jennifer Ogilvie, da Universidade de Nova York disse que não há como saber, antes da cirurgia, se pedaços microscópicos da doença se desenvolveram em outras partes da glândula.

A presidente não deve se preocupar com uma cicatriz, afirmou Ogilvie. "A maioria dos médicos faz pequenas incisões, que nós escondemos em uma dobra da pele, então, ela não aparece."

Embora os planos sejam de que ela permaneça hospitalizada por até 72 horas, a maioria dos pacientes se recupera bem rápido. "Não há razão para um paciente não voltar a trabalhar em uma semana ou duas", disse Ogilvie.

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