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Veteranos da Guerra das Malvinas, em que a Argentina foi derrotada pelos britânicos, fazem manifestação em Buenos Aires | Juan Mabromata/AFP
Veteranos da Guerra das Malvinas, em que a Argentina foi derrotada pelos britânicos, fazem manifestação em Buenos Aires| Foto: Juan Mabromata/AFP

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Países da América Latina pressionam

Depois do Mercosul e da União dos Países Sul-Americanos (Unasul), na semana passada foi a vez da Aliança Bolivariana (Alba) manifestar apoio à reivindicação da Argentina pela soberania das ilhas Malvinas.

Nicarágua, Cuba, São Vicente e Granadinas, Dominica e Antígua e Barbuda aderiram no sábado à decisão de outros países da América Latina de impedir a entrada de navios com bandeira das ilhas Malvinas em seus portos.

No plenário da cúpula da Alba, o chanceler argentino, Héctor Timerman, lembrou a importância do respaldo de todos os países da América Latina e do Caribe "aos legítimos direitos" da Argentina na disputa pela soberania sobre as Malvinas.

"Em Caracas fica mais uma vez em evidência que as Malvinas são uma causa de toda América Latina e Caribe", afirmou o chanceler argentino na cúpula regional, na qual, além disso, foi decidido estudar a possibilidade de sancionar o Reino Unido.

Às vésperas do 30º aniversário da guerra entre Argentina e Reino Unido pelas Malvinas, Londres e Buenos Aires elevaram o tom de sua disputa verbal nas últimas semanas pela soberania das ilhas, onde na última quinta-feira desembarcou o príncipe William.

O governo da Argentina vai apresentar uma denúncia formal contra o Reino Unido à Assembleia Geral e ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pela militarização do Atlântico Sul. O anúncio foi fei­­to pela presidente Cristina Kirch­­ner na noite de ontem. "Estão mi­­litarizando o Atlân­­tico Sul uma vez mais e isso implica um grave risco para a segurança internacional, porque ocorre em momentos em que sucedem situações fo­­ra de controle em outras regiões", disse a presidente.

Segundo a presidente argentina, o envio do "imenso e moderníssimo" destroier inglês "HMS Dauntless", Tipo 45, anunciado na semana passada, e o treinamen­­to militar do príncipe William nas Ilhas Malvinas não podem ser interpretados de outra forma.

"Teríamos gostado de ver o herdeiro da coroa britânica vestido de roupas civis e não militares", criticou a presidente. Cristina foi taxativa em alertar sobre a resistência dos governos da região à mi­­litarização. "Se há algo que vamos preservar, além de nossos recursos naturais, é de uma região in­­teira em paz, onde temos tido con­­flitos, mas nunca precisamos da mediação de nenhum organismo internacional. Resolvemos entre nós, sul-americanos", ressaltou.

Soberania

Cristina Kirchner afirmou ainda que a reivindicação argentina pela soberania do país sobre o ar­­quipélago chamado pelos ingleses de Falkland e pelos argentinos de Malvinas é legítima. "As Mal­­vinas deixaram de ser uma causa só dos argentinos para transformar-se em uma causa dos americanos, da América do Sul, da Amé­­rica Latina. É uma causa global", afirmou. "Essa causa é regional e global, porque cada país se vê refletido no potencial do que po­­de ocorrer com qualquer um porque a guerra deste século será por recursos naturais e a América do Sul é uma das regiões mais ricas do planeta", alertou.

A presidente descartou qualquer hipótese de uma ação militar de seu governo. "Que ninguém espere de nós gestos fora da política ou da diplomacia. Que não se iludam. Somos gente que sofremos muito a violência em nosso país. Não nos atraem o jogo das armas, nem as guerras", afirmou.

As declarações da presidente foram feitas durante a assinatura de um decreto que constitui uma comissão para analisar um relatório militar sobre a Guerra das Mal­­vinas, em 1982. A comissão terá um prazo de 30 dias para abrir os documentos à população.

O governo argentino exige que Londres aceite as resoluções das Nações Unidas, que determinam que ambos os países iniciem ne­­gociações para solucionar a disputa sobre a ilha de 2.913 ha­­bitantes.

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